Política

03/02/2022 14:01

"Bolsonaro está de quatro para o Congresso", diz Lula sobre orçamento secreto

Pré-candidato à presidência em 2022 fez críticas ao atual presidente durante entrevista

03/02/2022 às 14:01 | Atualizado 03/02/2022 às 14:54 Antonio Bispo
Ex-presidente Lula continua a frente nas pesquisas - José Cruz/ Agência Brasil

O ex-presidente e agora pré-candidato à presidência do Brasil em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista para as rádios RDR, na manhã desta quinta-feira (3).

De acordo com o site UOL, Lula comentou que Bolsonaro "está de quatro para o Congresso", ao ser questionado sobre o emprego do orçamento  secreto pela União.

"Desde D. Pedro, nós não tivemos nunca ninguém que se rastejasse tanto para o Congresso Nacional como o presidente Bolsonaro. Ele está de quatro diante do Congresso Nacional. Ele não tem força para dizer as coisas", afirmou Lula.

Orçamento secreto foi o nome dado ao esquema do governo federal para disponibilizar verbas a deputados federais e senadores sem transparência. Assim, é permitido que valores sejam repassados em nome do relator-geral do orçamento, fazendo com que quem recebeu o dinheiro, não seja identificado nas prestações de conta do governo.

Lula destacou, ainda, que o repasse das verbas sem respeitar critérios de transparência, é uma maneira de "extorquir prefeitos e a população". Se eleito, disse que discutirá em janeiro de 2023 uma nova forma de relação entre os entes federados.

"Ninguém pode imaginar um país rico se a cidade está pobre. Nós precisamos priorizar a relação com os prefeitos. Nós vamos voltar a fazer os prefeitos terem orgulho de ser prefeitos. Não é só prefeito o contribuir com imposto para a União, mas a União devolver de forma justa os impostos para investimento nas cidades", disse.

Em um evento da Petrobras na última segunda-feira (31), Bolsonaro afirmou que, numa eventual volta do partido ao governo federal, Lula aceitaria indicações de partidos para cargos em estatais, algo que ele afirma que não faz.

"Alguém acha que se o cara [Lula] voltar, o José Dirceu não vai para a Casa Civil? Que a Dilma não vai para a Defesa? Ela é mandona. E os demais ministérios seriam rateados entre os partidos novamente, ou não seriam?", questionou o presidente.