Campo Grande

há 3 anos

Santa Casa estuda fechar creche para filhos de funcionários; mãe vê prejuízos

Em troca, hospital pagaria auxílio-creche a mais trabalhadores

19/01/2022 às 19:00 | Atualizado 19/01/2022 às 15:04 Thiago de Souza
CEI atende 150 crianças atualmente - Reprodução Santa Casa

A Santa Casa de Campo Grande estuda fechar uma creche, destinada a filhos de funcionários, nas dependências do hospital, em Campo Grande. A direção garante que não haverá prejuízos, já que o auxílio-creche será pago. No entanto, mulheres contestam. 

A informação deixou funcionários preocupados, inclusive em razão da divulgação que a matrícula para alunos novos não seria feita.  

Segundo o hospital, a direção promoveu um estudo técnico de viabilidade em diversos departamentos. Com relação ao Centro de Ensino Infantil Maria Aparecida Morais D’Ávila, foi observado que seria mais vantajoso fechar a unidade de ensino e pagar auxílio-creche. A medida, segue o hospital, está prevista em Acordo Coletivo de Trabalho. 

Na explicação, a Santa Casa destacou que a creche tem capacidade para até 150 crianças, mas que o número de funcionários com filhos de 0 a seis anos, é bem maior, cerca de 650. Sendo assim, o auxílio contemplaria todos os trabalhadores. 

Ainda conforme o hospital, a creche funciona normalmente neste momento, porém com cerca de metade dos alunos, em razão o medo dos pais em relação à pandemia da covid-19.  O auxílio hoje é pago somente aos funcionários do período noturno, já que a creche só funciona de dia. 

O estudo de viabilidade da unidade de ensino, diz o hospital, foi entregue aos sindicatos que representam diversas categorias de trabalhadores. A Santa Casa diz que as entidades vão ‘’conduzir a situação junto aos funcionários’’. 

Prejuízos

Uma das três mães que entraram em contato com reportagem diz que o fechamento da creche trará desvantagens. 

‘’Pois nossos horários são diferenciados, tem trocas, horas extras ... É difícil arrumar alguém pra cuidar de última hora. E com a creche ficamos despreocupadas e as crianças adoram ficar lá’’, detalhou a funcionária. 

Outra crítica apontada pela trabalhadora, é que o auxílio a ser pago seria de cerca de R$ 90, pouco para pagar uma cuidadora ou escolinha particular. 

O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul, o Sintesaúde/MS, marcou uma assembleia geral extraordinária para debater o assunto. 

O evento, diz a entidade, está marcado para o dia 21 de janeiro, ao meio-dia, no auditório da Santa Casa.