Campo Grande

01/01/2022 07:00

Igreja prega com som ensurdecedor e vizinha denuncia: 'é isso todo o final de semana'

Janelas de vidro do apartamento "chegam a tremer" diz a denunciante: "não é questão religiosa e sim de incômodo por conta do som alto"

01/01/2022 às 07:00 | Atualizado 31/12/2021 às 16:22 Rayani Santa Cruz
Moradores querem que igreja coloque isolamento acústico - Google Street View

A internauta Yara Ferro, de 47 anos, moradora da região da avenida Salgado Filho, há seis anos, não aguenta mais tanta barulheira provocada por som alto vindo de encontros e cultos de uma igreja próxima ao condomínio. O local não tem isolamento acústico e segundo ela, as janelas de vidro do apartamento chegaram a tremer esse fim de semana.

Ela realizou a denúncia no grupo Aonde Não Ir em Campo Grande, e contou que o final de semana a programação foi por dois dias sequentes praticamente a noite toda. O descanso após um dia longo de trabalho e com um filho recém-nascido fica cada vez mais comprometido. A igreja está na localidade desde o início do ano. 

Yara enfatiza que a questão não tem nada a ver com religião ou que seja contra os cultos. Para ela, a situação seria incomoda por quaisquer sons que perturbassem seu descanso, seja de música, bar, sertanejo, shows ou quaisquer outras emissões de ruídos. 

 "A igreja Javé Nissi da Salgado Filho, com seu som infernal todo final de semana por mais de quatro horas. Os vidros do meu prédio chegam a tremer com a altura do som. O pastor já foi acionado e alega que o som não incomoda. Convido ele a vir na minha residência no dia desse culto para termos uma conversa. Se é que vamos conseguir conversar com um som dessa altura", disse Yara em trecho da reclamação.

Ela afirmou ao TopMídiaNews que a única coisa que pede é que os responsáveis pelo local coloquem isolamento acústico.

"Nós trabalhamos o dia todo, eu acordo às 5h da manhã, temos um bebê em casa e quero descansar quando chego em casa. Temos 24 apartamentos aqui, vizinhos idosos. O que eu peço é que tenham realmente esse amor ao próximo e percebam que as pessoas precisam descansar. Independente da vida particular das pessoas nós estamos na nossa casa, e qual a necessidade de um som a essa altura?".

Segundo ela foi feito solicitação via telefone para Semadur, mas não houve retorno. "Tentei ligar lá na semana passada, mas acho que por conta do recesso a ligação não estava sendo completada."

Final de semana infernal

Segundo ela, administradora do condomínio fez contato com o pastor do local, há alguns meses e na ocasião ele prometeu que o incomodo não ocorreria mais, o que não foi cumprido.  Porém, houveram diversos eventos posteriores e o pastor do local passou a ignorar as reclamações da vizinhança.

Como houve o feriado de Natal, foram dois dias de reuniões por cerca de quatro horas. A moradora acionou a PM, que foi ao local, mas não conseguiu entrar porque as portas estavam fechadas.

Veja o vídeo:



"A impressão que dá é que o vidro vai quebrar. Aí você posta e o pessoal começa a confundir a questão da altura do som, com posição religiosa. E para mim não interessa o que eles estão fazendo ali. O problema é a altura desnecessária. Eu fico atordoada e minha cabeça parece que vai explodir. É muito difícil."

 

"Acho muito triste a dimensão que as coisas tomam, e fico chateada de ter de tomar esse tipo de medida porque eles simplesmente ignoram nossos pedidos. É um direito que eu tenho, e estou me sentindo incomodada dentro da minha casa. O mínimo que eles tem que fazer é o isolamento acústico, se quiserem permanecer com esse som."

O que diz o pastor

A redação tenta contato com o pastor para levantar a questão e até o fechamento do texto não houve êxito. O espaço está aberto. 

Apostolo Júnior Carvalho em sua versão disse que não ultrapassa o tempo de duas horas de culto e que em 2022 vai sair da localidade para a sede própria da igreja. Ele afirma também que vai diminuir o som para evitar conflitos.

“O nosso culto vai das 18h às 20h. O nosso prédio é alugado e inclusive estaremos saindo ao início do ano. Está tudo indicando que vamos sair em janeiro. A gente vai diminuir o som, e esse final de semana teve pessoas de fora tocando. Por isso foi mais alto que o normal. Como o prédio é alugado não tivemos condições de fazer a acústica.”

Mesmo a reclamante dizendo que o problema é o som alto, o pastor diz que em sua visão o que motiva a reclamação é o estilo musical. “Mas veja vem, se fosse um baile funk não perturbaria e ninguém estaria reclamando. Agora, a gente está com negociação do prédio e vamos mudar para nossa sede, e pretendemos fazer a acústica para não ter mais problema. Agora, sobre a reclamação, a gente está acostumado e a gente tem o nosso propósito.”