15/12/2021 19:00
Oposição a Bolsonaro em MS alega "perseguição política" em investigação de Ciro Gomes
PF investiga reforma da Arena Castelão, e esteve na casa do ex-ministro Ciro Gomes e o senador Cid Gomes
Os deputados Fábio Trad (PSD) e Dagoberto Nogueira (PDT) avaliam que pode existir "cunho político" por trás da batida das equipes da Polícia Federal, nesta quarta-feira (15), nas casas do presidenciável Ciro Gomes e do senador Cid Gomes, ambos do PDT.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre supostas irregularidades em obras da ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.
Pelo Twitter, Ciro Gomes disse que a ordem era "abusiva", alegou não ter relação com o caso e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade."
"Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade", disse Ciro Gomes.
As supostas propinas, segundo a PF, teriam sido pagas para que uma empresa vencesse a licitação das obras da Arena Castelão e também, durante a execução do contrato, para que pudesse receber os valores devidos pelo governo do Ceará.
Cunho político
Segundo o deputado Fábio Trad, a investida policial neste momento é estranha.
"Essa investida policial contra @cirogomes merece atenção de todos quantos defendem que política partidária e eleitoral não se faz com as forças da política de Estado. Embora desconheça os detalhes da investigação, a conotação politica desta ação não pode ser desconsiderada."
O presidente do PDT-MS, deputado Dagoberto classificou o episódio como perseguição política.
"Absurdo! Não aceitamos que tentem ressuscitar um caso de 8 anos atrás e que inconsequentemente coloquem o nome do@cirogomes no meio de algo que ele se quer passou perto. É perseguição política!"
A investigação
A PF diz que há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas. Conforme o G1, o juiz também quebrou os sigilos bancário e fiscal de Ciro e Cid entre 2009 a 2014. O sigilo telefônico dos dois também foi quebrado.
"Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva", diz a PF, em nota. A corporação não divulgou os nomes dos alvos.
A operação foi batizada de Colosseum – uma referência ao Coliseu, na Itália – e foi autorizada pela 32ª Vara da Justiça Federal do Ceará, que expediu 14 mandados de busca e apreensão contra alvos em Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte, no Ceará, e em São Paulo, Belo Horizonte e São Luís.