30/11/2021 16:34
Suspeita de maltratar idosos em instituição tenta 'esconder' investigação em Campo Grande
No entanto, Justiça negou pedido e disse que funções públicas têm ônus e bônus
A presidente afastada da Casa do Aconchego, Suely Gomes dos Santos, pediu que a investigação contra ela, por maus-tratos a idosos, em Campo Grande, seja colocada em sigilo. No entanto, a Justiça negou o pedido.
Em pedido feito ao juiz David de Oliveira Gomes Filho, a suspeita foi presencialmente ao processo, onde alegou que teme pela vida, em razão da repercussão do caso.
A investigada ainda destacou que está programada uma manifestação contra ela, em razão da veiculação das denúncias publicadas pela imprensa de Campo Grande. Suely disse que até um vereador da Capital usou as redes sociais para ofendê-la.
No dia 25 de novembro, o magistrado, porém, ressaltou que a publicidade nas ações do MPE é a regra e o sigilo só cabe ‘’quando a defesa da intimidade ou o interesse social exigirem’’.
Além disso, David de Oliveira refletiu que o conteúdo do processo já se tornou público e, se colocado em sigilo, neste momento, poderá aumentar a repercussão e até a desinformação das pessoas.
O juiz emendou que, sendo assim, as pessoas terão acesso somente às informações do início do processo e iria prejudicar até os interesses da suspeita, já que os argumentos da defesa sequer seriam conhecidos do público.
‘’Por outro lado, sempre é bom lembrar que cargos ou funções que afetem o interesse social (positiva ou negativamente) devem ser exercidos com a maior transparência possível, constituindo se a publicidade num ônus inevitável ao seu detentor’’, observou David de Oliveira.
Portando, o pedido de Suely foi negado. Tentamos contato com a suspeita, por telefone e mensagens de aplicativo, mas não houve resposta. O espaço está aberto à citada.
O caso
Denúncias de familiares, confirmadas por funcionários da instituição, dão conta que Suely não tem aptidão para lidar com idosos. A denúncia do MPE trouxe áudios e vídeos que flagram supostos maus-tratos aos idosos.
Além disso, o Ministério Público recebeu denúncias, dando conta que a suspeita estaria pressionando familiares, para que retirassem uma interna da instituição.
O processo está na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.