29/11/2021 14:47
Falsa acusação de pedofilia fez idoso ser linchado e morto em comunidade
Uma mulher teria feito a acusação aos criminosos que mataram o idoso de forma cruel
Investigações da Polícia Civil concluíram nesta segunda (29), que um idoso, de 63 anos, foi linchado após uma falsa acusação de pedofilia em Belo Horizonte (MG).
Conforme noticiado pelo G1, o caso aconteceu no dia 17 de setembro em uma comunidade na região nordeste da cidade.
De acordo a delegada Mônica Carlos, uma mulher teria feita a falsa acusação a criminosos da região que possuem envolvimento com o tráfico.
“Inicialmente, como ele era conhecido como ‘Vô na região’, os traficantes locais não fizeram nada com ele. Pediram autorização [aos chefes do tráfico] se podiam ou não ceifar a vida dele nas condições que foi ceifada. Esse tipo de crime de pedofilia, de estupro, a comunidade às vezes não aceita, não tolera. Naquela localidade não seria diferente. Então, ele foi morto de maneira cruel”, afirmou a delegada.
Porém, após o crime, a polícia e os criminosos descobriram que a acusação era falsa. "Ele estava simplesmente urinando na via pública e essa mulher passou com o filho dela e não gostou da situação. Como ela tem um poder e domínio, ela ligou e mentiu", afirmou.
Com a descoberta, a mulher foi expulsa da comunidade pelos traficantes, pois eles "não toleram mentira", disse a delegada.
Oito pessoas tiveram participação no crime e, na quinta-feira (25), foi realizada uma Operação para prender os suspeitos.
Três homens de 24, 26 e 37 anos foram presos. A polícia segue em busca dos outros cinco envolvidos, inclusive a mulher acusada de mentir sobre o caso.
A delegada faz um alerta à comunidade sobre fazer justiça com as próprias mãos, pois, assim como no caso, inocentes podem ser mortos.
“Pode acontecer o que aconteceu. Errarem, matarem um inocente. Nós da polícia, por exemplo, para gente prender alguém, fazer um mandado de busca, há uma investigação por trás, a gente não faz isso com toda facilidade, né? Tem toda uma investigação, apuração, justamente para não haver injustiça”, afirmou.