28/11/2021 13:32
De MS, presidente do CFM é alvo do TCU por gasto de R$ 1 milhão e viagem a Dubai
Morador de Campo Grande, o presidente também é investigado pela CPI da Covid por liberar remédios sem comprovação científica
O presidente do Conselho Federal de Medicina – CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, entrou na mira do Tribunal de Contas da União – TCU por gastos com dinheiro da entidade que envolvem viagens e hospedagens.
De acordo com o site UOL, as contas do Conselho ficaram no vermelho em 2020, entretanto, em menos de dois anos, foram registradas despesas com jeton, passagens de avião e hospedagem, incluindo uma estadia em Dubai, que totalizaram aos cofres R$ 1 milhão de reais.
Jeton é o nome que se dá à remuneração que o CFM paga a seus conselheiros por participarem de encontros e eventos. Como a entidade não paga salário, ela desembolsa R$ 800 ao conselheiro que comparece a cada uma de suas plenárias, reuniões de diretoria, encontros nacionais e atividades individuais.
Os pagamentos estão sendo investigados pelo Tribunal de Contas após a aprovação de um requerimento na quarta-feira (24), pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
"O CFM estabeleceu uma espécie de remuneração por meio de diárias e jetons aos seus membros”, disse o deputado federal Elias Vaz (PSB/GO), que protocolou o pedido de investigação.
Nos 22 meses que está na presidência, Ribeiro recebeu R$ 325 mil em jeton. Em abril de 2020, quando cada jeton custava R$ 700, as atividades para “cumprimento do regimento interno” utilizaram duas reuniões por dia entre 31 de março e 3 de abril, resultando em oito jetons que custaram R$ 5,6 mil ao presidente.
O CFM não comentou sobre os gastos do presidente, mas nega qualquer irregularidade ao afirmar que suas contas são auditadas e que o Portal da Transparência do órgão é "considerado uma das melhores ferramentas do tipo dentre os órgãos públicos”.
De Campo Grande a Dubai
Nos quase dois anos, o Conselho bancou R$ 312 mil em passagens de avião, sendo R$ 176 mil somente em deslocamentos de Campo Grande, onde mora, para reuniões em Brasília, local sede do CFM.
Apenas em hospedagens, foram gastos com o presidente R$ 456,2 mil em 22 meses de mandato, incluindo estadias internacionais.
Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi uma das cidades visitadas por Ribeiro, que passou por lá em 2018, quando era vice-presidente, e em 2020. Juntas, as viagens custaram R$ 65 mil em passagens e R$ 29.200 em diárias.
A mais recente delas é citada no pedido de investigação ao TCU aprovado na Câmara. No ano passado, Ribeiro tinha uma conferência na Malásia entre 29 de fevereiro a 4 de março.