Campo Grande

há 3 anos

Conversas mostram gestão financeira caótica de Mansour e apoio de aliado de Lula à OAB/MS

Kamourche e Bito Pereira negaram o apoio, mas conversas diálogos mostram o contrário

15/11/2021 às 15:57 | Atualizado 16/11/2021 às 08:29 Thiago de Souza
Gerson Walber - OABMS

Prints de conversas no WhatsApp, mostram que a gestão financeira de Mansour Karmouche, na Ordem dos Advogados do Brasil Seccional MS, era caótica. A entidade era obrigada a mendigar dinheiro para pagar o salário na entidade. 

Conforme a denúncia, as conversas entre diretores da Ordem em MS com membros do Conselho Federal da OAB se deram no final de 2019. 

Em um dos diálogos, o atual secretário-geral adjunto do Conselho Federal da Ordem questiona má administração das finanças, que estaria concentrada nas mãos do presidente Mansour Karmouche: “Tá tudo errado, me desculpem”.  desabafou o conselheiro da OAB/MS. 

O membro da Ordem em MS destacou a incoerência em pedir ajuda financeira do Conselho Federal da Ordem e a entidade em MS prosseguir com gastos desnecessários com eventos e publicidade. 

“Não dá pra eu implorar dinheiro no CF [Conselho Federal] e no dia seguinte começa foto pra todo lado de medalha, de colégio no interior, de baile, vamos ser francos, eu mostro uma realidade e no dia seguinte aparece outra, ou vocês acham que não me cobram isso lá?”, desabafou. 

No entanto, pelo que as conversas mostram, o pedido de mais austeridade financeira foi negado por Mansour. O presidente da Ordem insistiu que a entidade deveria arrecadar mais dinheiro dos Advogados para cobrir seus gastos. 

“Não iremos cancelar [cobranças aos advogados]. Se temos um problema, temos que sentar e resolver. Infelizmente medidas de cobrança precisam ser mais enérgicas. Não houve qualquer gasto extraordinário. Então o foco é a receita.”, disse Mansour.

Ainda de acordo com a denúncia, à época, em 2019, a OAB/MS, no dia 6 de dezembro, sequer tinha fundos para pagar o salário do mês e 13º. Ary Raghiante Neto lembrou aos participantes do grupo que o Conselho Federal já havia mandado 1 milhão de reais para MS. 

A conversa mostra que o socorro financeiro para fechar a folha, veio, mais uma vez veio do Conselho Federal da OAB, presidido por Felipe Santa Cruz, aliado do ex-presidente Lula. 

INCOERÊNCIA

Os diálogos do grupo contrastam com o que a atual gestão da Ordem em MS propagandeia, inclusive com recente homenagem ao Diretor Tesoureiro, Marcos Rocha, por ter realizado “moderna e eficiente gestão financeira”. 

APOIO

O candidato à presidência da OAB/MS, Bito Pereira, que é apoiado por Mansour, disse em debate de candidatos, no dia 11 de novembro, que ele e Karmouche seriam oposição a Felipe Santa Cruz. 

Porém, os diálogos mostram totalmente o contrário, quando Santa Cruz autorizou envio de dinheiro para a entidade em MS. 

‘’Com os cumprimentos da diretoria da CFOAB, cuidem dos funcionários... abraços e bom final de semana aos amigos’’, disse o aliado de Lula. 

O espaço está aberto aos citados na matéria, sobretudo ao presidente Mansour Karmouche. Este último não tem respondido aos pedidos de informação da reportagem.