14/11/2021 11:30
Polícia chega uma hora após assassinato de vendedor no Tijuca
Também houve ameaças ao trabalho da imprensa no local
A Polícia Militar chegou cerca de uma hora depois do assassinato de Leonardo José Exeverria, 26 anos, na quinta-feira (11), no Tijuca, em Campo Grande. Ele era vendedor e foi morto pelo amigo, Lucas Leandro da Silva Dias, 19 anos, que alega tiro acidental.
O crime teria ocorrido por volta de meio-dia e meia e o acionamento do socorro para a vítima também demorou.
Conforme apurado no dia e no local do crime, a família do suspeito teria demorado a acionar a PM. Quando os militares chegaram à cena do crime, o Corpo de Bombeiros já havia atestado o óbito de Leonardo José.
Vale destacar que, no momento do crime, havia um militar do Exército Brasileiro, que, em tese, sabe dos procedimentos a serem adotados quando ocorre algo grave.
A Perícia Técnica também demorou para atender a ocorrência. Segundo o delegado Camilo Kettenhuber, que comanda a investigação, o atraso seu deu por conta de outra ocorrência na mesma região.
Ainda conforme observado no local, a cena do crime foi lavada por familiares por ordem da Perícia Técnica. No entanto, para kettenhuber, o procedimento foi dentro do padrão e feito para encontrar uma das munições do revólver calibre .38.
Lucas foi preso por matar o amigo. (Foto: Wesley Ortiz)
Intimidação
Equipe de reportagem foi intimidada por supostos amigos do suspeito pelo crime. Um grupo de pessoas ordenou que o fotógrafo não registrasse imagens do local, nem do suspeito, que acabara de ser preso pelo homicídio.
Assim que equipes da Polícia Civil, Militar e Perícia deixaram o local, a reportagem também teve de sair para evitar risco à integridade da equipe.
O crime
Conforme depoimento de testemunhas, Leonardo José e Lucas eram amigos de infância. A vítima sempre ia a casa do amigo, inclusive armado.
No dia do crime, diz o inquérito, Leonardo foi até o quarto de Lucas, que estava dormindo e entrou. Assim que o suspeito voltou do banheiro, Exeverria apontou a arma para o amigo, que não gostou e pediu para a brincadeira se encerrar.
A vítima então deixou o revólver na cama de Lucas, que pegou o ‘’38’’ e apontou para Leonardo, continuando a brincadeira. Nesse momento houve um disparo, que acertou a têmpora de Leonardo.
Na hora do tiro, o pai e a mãe de Lucas estavam na frente da casa, na rua Nicolau Coelho. Dentro do imóvel estavam o irmão e o primo do suspeito.
Inicialmente, Lucas disse que brincava de ‘’roleta-russa’’ com o amigo, mas depois revelou que os dois apenas apontaram o armamento um para o outro.
Lucas, que foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia, onde a prisão foi convertida para preventiva. Em seguida, o magistrado autorizou a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Segundo Camilo Kettenhuber, Lucas será indiciado por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar.