Campo Grande

11/11/2021 10:50

Escândalo e processos no MP fazem delegado-geral sair de férias em MS

Delegado-geral da Polícia Civil Adriano Geraldo Garcia teve pedido de investigação protocolado por suposto envolvimento em esquema de jogo do bicho

11/11/2021 às 10:50 | Atualizado 11/11/2021 às 19:08 Rayani Santa Cruz
Delegado-geral de MS Adriano Garcia Geraldo - Silas Lima

O delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Garcia Geraldo, pediu férias de 15 dias, após ter pedidos de afastamento protocolados no MPMS  (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e na Sejusp (Secretaria de Estado, Justiça e Segurança Pública). Ele é alvo de solicitação de investigação por suposto envolvimento em esquema de jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

O delegado e alguns integrantes da Polícia Civil de MS são acusados de favorecer grupos dominantes do jogo do bicho em Campo Grande. 

O pedido de afastamento foi protocolado ontem (10), pelo  vereador Tiago Vargas (PSD), que afirmou:"o delegado não tem condições éticas e morais para estar à frente da PCMS."

Vargas acusa o delegado-geral Adriano Garcia de ameaçar a delegada Daniela Kades, integrante da força-tarefa que investiga grupo de extermínio em Mato Grosso do Sul. As acusações contra Adriano surgem após divulgação de uma discussão entre ele e Daniela durante reunião interna. No áudio, ela se recusou a citar nomes de investigados ao delegado-geral.

“Adriano ameaçou uma delegada que se recusou a citar nomes de investigados ligados ao jogo do bicho. Faço isso para resguardar a idoneidade da Polícia Civil, pois não aceitarei que um policial trabalhe em prol de bandidos”, explicou Vargas, que suspeita que o delegado possa estar atrapalhando as investigações, a fim de proteger os envolvidos no crime organizando em Mato Grosso do Sul.

O MP apura a denúncia que deve ser encaminhada para uma das Promotorias de Justiça da na área do Patrimônio Público e Social.

O que diz a Sejusp

Em contato com a Sejusp, a secretaria informou o delegado-geral tem pleno direito às férias, que estavam vencidas e que ainda não recebeu documento oficial do MP sobre o pedido de afastamento.

"Com relação as férias do Delegado-Geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, são referentes ao período 2018/2019 e, trata-se de direito do servidor, que resolveu pedir, num momento em que as apurações estão sendo conduzidas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Durante as férias do delegado Adriano, a adjunta Rozeman Rodrigues de Paula fica à frente da DGPC, como normalmente ocorre.
Durante as férias do Delegado-Geral, os procedimentos correrão normalmente.
A Sejusp não recebeu nenhum documento oficial do Ministério Público e, por este motivo não pode se manifestar sobre suposta denúncia, até porque não conhece o teor desta. Porém, caso a denúncia aporte nesta Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, todas as providências necessárias serão adotadas."

 

(Matéria atualizada às 12h28 para acréscimo da nota da Sejusp)