Política

04/11/2021 10:53

Dagoberto e Vander 'ajudam PEC da reeleição do Bolsonaro' e até Ciro se revolta

PEC visa liberar cerca de R$ 90 bilhões para viabilizar programa Auxílio Brasil no ano eleitoral de 2022; Bolsonaro pode se beneficiar na campanha pelos pagamentos; Vander Loubet está de atestado médico e não votou

04/11/2021 às 10:53 | Atualizado 04/11/2021 às 11:58 Rayani Santa Cruz
Entre os oposicionistas, Dagoberto votou a favor da PEC do Precatórios - Pablo Valadares / Najara Araujo / André de Abreu

Polêmica, a PEC dos Precatórios causou brigas entre a oposição do presidente Jair Bolsonaro. De Mato Grosso do Sul, o deputado Dagoberto Nogueira (PDT) votou favorável, enquanto o deputado Vander Loubet (PT) e Beto Pereira (PSDB) não compareceram na votação. O deputado petista não votou, pois, está de atestado médico.

O voto de Dagoberto, que é presidente regional do PDT no Estado, ajudou a proposta a ser aprovada com 312 votos e irritou o presidenciável Ciro Gomes, que por rede social avisou que vai tirar pré-candidatura caso a bancada do partido não mude de ideia na segunda votação.

A PEC 23/2021 visa alterar a Constituição para permitir o parcelamento no pagamento de precatórios pela União. Objetivo da proposta é liberar cerca de R$ 90 bilhões para viabilizar programa Auxílio Brasil no ano eleitoral de 2022. Os oposicionistas que votaram contra reclamam que a PEC vai beneficiar Bolsonaro em futura campanha eleitoral, já que haverá os pagamentos as famílias mais pobres em pleno ano eleitoral.

Justificando o voto após as críticas, Dagoberto disse que manteve coerência na defesa das famílias que precisam do auxílio emergencial. 

“Nós mantemos a coerência. Não é porque o auxílio emergencial posso ajudar o Bolsonaro eleitoralmente, que eu teria que votar contra as pessoas receberem o auxílio. Nós sempre brigamos pelo auxílio. Da outra vez brigamos pela aprovação e passamos de R$ 400 para R$ 600. Todos os partidos de oposição votaram pelos pagamentos. Agora, porque é ano eleitoral vamos ter de vota contra?”.

“Até porque, os problemas que tinham na PEC foram resolvidos, por exemplo, os funcionários públicos que vão receber, os aposentados, ou seja, as pessoas mais pobres serão beneficiadas. Quem vai bancar isso, são as grandes empresas e grandes credores da União. Voto com tranquilidade e não me importa a posição que outros companheiros estão falando. Voto com a minha coerência.”

Sobre a irritação de Ciro Gomes, o pedetista diz que é natural.

"Ciro Gomes é nosso líder nato, é um momento de divergência passageiro. Em nosso partido somos de posicionamentos fortes mesmo e sei que iremos resolver essa questão como sempre resolvemos, no diálogo".

A Favor

Também votaram a favor os deputados: Luiz Ovando e Trutis do PSL, Rose Modesto e Bia Cavassa do PSDB.

"Trabalhamos para fazer a coisa certa, respeitando a questão fiscal alinhada às questões sociais que são urgentes, pois a fome não espera!", justificou Luiz Ovando.

Contra

Tida como proposta eleitoreira e inviável, o deputado Fábio Trad (PSD) foi o único de MS contra a PEC. Agora, os deputados ainda terão de fazer segundo turno de votação.

Faltou à sessão

O deputado Vander Loubet através da assessoria de comunicação justificou que faltou a sessão, que era presencial, porque está de atestado médico. O parlamentar "está fazendo uma bateria de exames por conta de um mal-estar que ele teve em Brasília na semana passada". Por conta disso, não viajou para Brasília esta semana e não votou a PEC.

Beto Pereira foi contactado via assessoria de comunicação onde foi questionado pela não participação na votação. Assim, que houver resposta será inserida no texto.