Economia

14/11/2021 18:10

Reforma trabalhista não cumpriu a promessa: Brasil tem 15 milhões de desempregos

Federação de MS realizou estudo onde indica que a reforma trabalhista não cumpriu o prometido e prejudicou trabalhadores; porém no Estado reflexo negativo foi menor graças a políticas estaduais

14/11/2021 às 18:10 | Atualizado 07/11/2021 às 11:13 Rayani Santa Cruz
Reforma trabalhista não cumpriu papel de gerar empregos - Portal do MS

Quatro anos depois, é possível ver que “o tiro saiu pela culatra”, e que a reforma trabalhista não cumpriu o prometido: geração de empregos no Brasil, que hoje soma 15 milhões de desempregados e 40% de trabalhadores na informalidade. A boa notícia é que Mato Grosso do Sul conseguiu se sair bem graças a políticas estaduais para geração de emprego e renda, e ficou em quinto lugar entre os 27 estados  na geração de oportunidades. 

O estudo sobre os efeitos negativos da reforma trabalhista foram divulgados pela Feintramag MS/MT (Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) e a conclusão é que às diversas mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pela Lei Nº13.467 de 2017 foram em vão e não resolveram o problema, pelo contrário.

O presidente da federação, José Lucas da Silva, presidente da federação  afirma que o resultado do emprego formal em 2020 teria sido manipulado pelo governo federal, já que foram incluídos o “trabalhador avulso” que são motoboys, motoristas de app e entregadores delivery em geral como trabalhadores formais e com carteira assinada, o que não condiz com pesquisas anteriores. 

(Presidente da federação, José Lucas da Silva. Foto: Assessoria)

“Os dados do governo federal foram maquiados em 2020, ao ser a primeira vez que a pesquisa indicou trabalhadores avulsos, como se fossem formais. Isso é uma maneira de enganar a população e dizer que tudo vai bem, quando vemos que o desemprego atinge saldos alarmantes. O governo sabe que a reforma não deu certo e que serviu apenas para tirar direitos dos trabalhadores e beneficiar o empresariado. Hoje o número da informalidade é enorme.”

O quadro é tão crítico quanto antes, no governo Temer, quando foi aprovada a reforma, explica o presidente da Feintramag.  “Precisamos ressaltar que essa e outras reformas como da Previdência Social, do atual Governo, só vieram para que apenas o trabalhador pagasse a conta. E isso é lamentável num país que deveria, de fato, buscar justiça social e desenvolvimento econômico”.

MS na contramão do desemprego

Apesar dos dados ruins ao nível de Brasil, o Mato Grosso do Sul andou na contramão da crise e conseguiu gerar mais emprego e renda que outros estados da federação. 

Mato Grosso do Sul teve a quinta menor taxa de desemprego do Brasil no segundo trimestre de 2021. Os dados foram obtidos em levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Conforme o Portal do MS, nesta pesquisa divulgada em agosto o Estado apresentou o índice de 9,9%, ficando atrás apenas de Santa Catarina (5,8%), Rio Grande do Sul (8,8%), Mato Grosso (9,0%) e Paraná (9,1%). Já as unidades da federação que apresentaram pior desempenho foram Pernambuco (21,6%), Bahia (19,7%), Sergipe (19,1%), Alagoas (18,8%) e Rio de Janeiro (18,0%).

Quanto a taxa de desemprego o desempenho do Estado teve uma queda na comparação com o primeiro trimestre (janeiro, fevereiro e março), que estava em 10,3% e agora chegou a 9,9% (abril, maio e junho), estando inclusive abaixo da média nacional, que hoje está em 14,1%.

(MS conseguiu gerar emprego mesmo na crise. Foto: Arquivo/ Agência Brasil)

Políticas estaduais

Os dados positivos refletem a política estadual de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, já que o governo federal que tem a chefia do presidente Jair Bolsonaro não cria alternativas para a problemática.

Em MS, o Governo do Estado realiza os investimentos em infraestrutura e logística, para criar um ambiente favorável à vinda de novas empresas e capital privado para o Estado, que refletem na geração de empregos e renda aos municípios.

“A expansão das vagas em várias áreas, como resultado da nossa política de geração de emprego e de diversificação da economia, a atração de empresas e incentivo aos negócios tem dado resultado que pode ser visto nos números”, afirmou o titular da Semagro, Jaime Verruck.

O governador Reinaldo Azambuja também destacou que a política de “troca de incentivos por emprego” consegue atrair novos negócios e investimentos do setor privado ao Estado.  “Isto é fruto do trabalho de todos. Da iniciativa privada e das ações do governo estadual, que sempre em conjunto visam ampliar as vagas de trabalho e assim trazer desenvolvimento ao Estado”.