há 3 anos
Sem super poderes, Maira é heroína que cuida do bebê e marido tetraplégico
A vida da família mudou completamente após Elder se acidentar e ficar com a lesão na coluna. Agora, o objetivo maior é custear o tratamento
Maira Lazarini, 27 anos, teve de se transformar em uma verdadeira heroína após o marido ficar tetraplégico. Elder de Souza Santos, de 28 anos, se acidentou ao saltar para mergulhar em um rio e bater o pescoço na parte rasa.
A família mora em Nova Andradina e a história deles ficou conhecida após a divulgação de ações para custear o tratamento.
A jovem esposa conta que fechou a segunda rifa na semana passada e abriu vaquinha virtual para as despesas, que inicialmente chegavam a 8 mil.
Elder perdeu os movimentos por conta de uma lesão alta na C4 (vértebra cervical 4 da coluna).
"Hoje, o Elder faz fisioterapia na cidade mesmo, mas existem tratamentos mais tecnológicos, digamos assim. Porém, são fora da nossa realidade. Já fizemos um leilão para iniciar, mas conseguimos custear apenas um mês. E o Elder teve bons resultados, mexeu a perna e o quadril. Por conta da lesão alta na C4, isso impediria, em tese, movimentos do ombro para baixo. Mas ele mexe do meio do peito para baixo", explica.
De mulher comum a heroína
Maira conta que estava grávida de cinco meses quando o marido sofreu o acidente, em dezembro de 2019, no Rio Salobra, em Bodoquena. Ele saltou para mergulhar e o ponto em que caiu era muito raso. Elder se chocou contra o solo e ficou gravemente ferido. Agora, ela cuida do bebê, do marido e da loja de sapatos da família.
"No dia 25/12/19, no Natal, o Elder pulou no rio em Bodoquena, após um almoço em família. Passamos o restante do Natal e Ano Novo no hospital, e após 12 dias estávamos em casa. Então, eu cuido do Elder de noite e de madrugada, troco fralda, passo sonda, viro. E de dia ele tem cuidadora. Além de contarmos com o auxílio da minha mãe. Moramos com ela, ela ajuda muito."
A família não recebe nenhum tipo de auxílio financeiro do governo e, após entrar com ação na Justiça pela Defensoria, conseguiu em agosto o custeio de sonda, fraldas e medicamentos, o que diminuiu parte dos gastos.
Maira conta que a pandemia e fechamento de negócios depois do acidente também foram relevantes para a perda de finanças da família.
"Fechamos três lojas. A covid aliada a pouca gestão resultou nisso. Eu não conseguia ir nas lojas, pedir estoque. Não conseguia gerir. Março começou a covid e o Elder veio pra casa com uma lesão medular. A gente tinha que aprender tudo sobre a lesão, errar e testar. Em abril, eu fui mãe de primeira viagem, tudo junto. Não consegui conjugar tudo. Fechamos. As vendas caíram com a covid e as lojas precisam muito de mim, criando estratégias pra não perder tantas vendas, e eu não estava lá".
Bola pra frente
Apesar de tantas dificuldades, Maira afirma que toda a rede de apoio que conquista é bem-vida. No momento, o custeio de cuidador durante o dia, mais um folguista, fisioterapia por três vezes na semana chega a R$ 5 mil mensais. Mas, existe a necessidade de mais um cuidador e que a fisioterapia seja realizada todos os dias.
"Temos essas necessidades fora os exames esporádicos, órteses, almofadas que precisa trocar."
(Elder faz fisioterapia três vezes por semana. Foto: Arquivo Pessoal)
Esperançosa, Maira diz que Elder teve bom resultado com o tratamento que realizou em uma clínica de Minas Gerais por 30 dias a um custo de R$ 19 mil. Ela explica que existe também uma cirurgia que pode ajudá-lo.
"Ela é cara, custa cerca de R$ 300 mil. Existe uma boa chance de ganharmos através da Justiça, porém precisamos de 4 anos de fisioterapia específica em São Paulo e pra isso não temos".
Ela não mede esforços para conquistar melhor qualidade de vida e autonomia para ele, nas possibilidades.
"Mas a gente faz isso meio no braço, meio sozinhos. A rede de apoio é muito pequena. O Elder também trabalha na loja, coordenando as meninas. Estamos lutando há quase 2 anos pra sair dessa, com muita fé em Deus e trabalho. Toda divulgação e preciosa pra gente."
Você pode ajudar!
A história da família pode ser acompanha no Ista da Maira: @lazarini.Maira
Ajudas com valores podem ser encaminhadas por meio de doações na conta de Elder:
Banco do Brasil, agência 0728-5, conta corrente 51722-4, CNPJ 33.428.504/0001-66
Através de transferências via PIX, com a chave 33428504000166 (CNPJ) em nome de Elder de Souza Santos
E pela vaquinha virtual clique aqui.