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01/10/2021 15:36

Padre é acusado de assédio sexual contra oito monges em Minas Gerais

Religioso teria dito a uma vítima: ‘’você precisa é de pinto’’

01/10/2021 às 15:36 | Atualizado 01/10/2021 às 15:20 Thiago de Souza
Padre já deixou o mosteiro, mas nunca foi investigado - Rolf Steinhaus

Padre Ernani Maia dos Reis foi acusado de assédio sexual contra oito monges, no mosteiro Santíssima Trindade, em Monte Sião (MG). Ele teria dito que uma das vítimas era gay e que ela precisava de ‘’pinto’’. 

Conforme o UOL, Ernani era o líder do mosteiro e usava de sua autoridade para cometer os crimes. Segundo as denúncias, os crimes ocorreram entre 2011 e 2018 e eram consumados em ‘’sessões de psicanálise’’ oferecidas pelo religioso. 

As vítimas eram homens com idades de 20 a 43 anos. O UOL ouviu duas vítimas, que disseram que o padre Ernani gostava de ser chamado de ‘’pai’’. 

Conselhos

Uma vítima disse que pediu conselhos a Ernani sobre dúvidas em seguir a vocação religiosa ou constituir uma família. O padre teria dito ao monge que ele é gay e colocou a mão da vítima no pênis dele e dito: ‘’você tá precisando disso daqui, de pinto’’. 

As vítimas disseram que a igreja não ofereceu nenhum psicológico. Questionada, a igreja admitiu saber dos casos, mas o padre só foi afastado quando pediu para deixar o mosteiro, em 2018. À época ele alegou ‘’cansaço’’ e ‘’crise vocacional’’. 

Atualmente, o padre Ernani atua como psicanalista em Franca (SP). O Ministério Público de Minas Gerais abriu inquérito e já pediu que todas as vítimas prestem depoimento. O padre provavelmente será chamado para esclarecer o caso. 

Em e-mail enviado ao UOL, a Igreja afirma que a instituição não se omitiu em relação às denúncias e “nunca negou qualquer fato cometido pelo padre. 

Mais assédio

Outras 11 pessoas, sendo dez mulheres, denunciaram Ernani por assédio moral, como constrangimentos e agressões verbais.