01/10/2021 19:00
Bancada de MS defende senador gay atacado por empresário bolsonarista
Senador Fabiano Contarato sofreu ataques na rede social e, na CPI, bolsonarista fez o de praxe: "disse que não tinha intenção de ofender"
A bancada de Mato Grosso do Sul saiu em defesa do senador Fabiano Contarato (Rede-AP), que é gay, e foi atacado pelo empresário bolsonarista Otávio Fakhoury por este motivo.
No Twitter, Fakhoury usou um erro de grafia de Contarato, que usou a palavra "fragrancial" em vez de "flagrancial" para fazer um ataque homofóbico contra Contarato. O senador rebateu os comentários homofóbicos no Twitter e, durante o depoimento do gestor à CPI da Covid, pediu que a Polícia Legislativa do Senado apure se houve crime de homofobia.
A Senadora Simone Tebet (MDB), que está de licença médica e não participou da CPI, afirmou que a defesa do senador é em nome de todos que sofrem esse tipo de crime.
"Solidariedade, respeito e admiração ao Senador Contarato que, ao defender sua dignidade ofendida, optou por fazê-lo em nome de todos, contra o cinismo e a barbárie de alguns, a quem faltam princípios mínimos de humanidade e que teimam na involução do processo civilizatório."
O senador Nelsinho Trad (PSD) destaca que o fim do preconceito é fundamental. "Orientação sexual não define caráter. Homofobia é crime e não pode ser admitida. Senador @ContaratoSenado, estendo meu apoio pelo fim do preconceito e garantia de direitos", disse o senador Nelsinho.
Já a senadora Soraya Thronicke (PSL) classificou o episódio como 'medíocre'. "Pessoas brilhantes falam sobre ideias, pessoas medíocres falam sobre coisas, e pessoas pequenas falam sobre outras pessoas (Dick Corrigan). Se quer aparecer, faça algo que possa ser admirado. Quem nada constrói, gasta tempo destruindo. Solidariedade ao colega @ContaratoSenado".
Homofobia
O pedido de investigação foi aprovado pela CPI, que determinou o envio do relato do senador para o Ministério Público.
Na CPI, Contarato disse que sempre foi tratado com respeito, e que não é fácil se expor e expor sua família. Disse também ter orgulho de sua família e de seu esposo.
"Pegou um tuíte meu, com erro de grafia, e falou isto. O senhor não é adolescente. A sua família não é melhor que a minha. O que leva o senhor, que tem filho, qual a imagem, quanto pai, quanto esposo, vai passar para seus filhos? Isso é obedecer o princípio da legalidade. Porque o Supremo Tribunal Federal, o mesmo que o senhor defende extinguir, criminalizou a homofobia comparando-o ao racismo."
Disse ainda: "O senhor deveria pedir desculpa a toda população LGBTQIA+. A mesma certidão de casamento que o senhor tem, eu também tenho".
Após isso, o bolsonarista pediu desculpas.
"Foi um comentário infeliz, em tom de brincadeira. Respeito a sua família como respeito a minha. Tenho amigos de todos os lados, de todas as orientações. Não tive a intenção de ofender. E se ofendi, e ofendi profundamente, peço desculpas. Não sou uma pessoa que discrimina nem raça, nem cor, nem orientação sexual. Não vejo problema nenhum em retratar, não insisto no erro. Umas das condições da pessoa cristão é reconhecer o erro e pedir perdão. E me retrato aqui diante de todos".