27/09/2021 17:52
Mandetta promete lembrar crimes do PT, mas 'esquece' escândalo do Gisa em Campo Grande
Ele é investigado em diversos processos por licitação fraudada e desvio de dinheiro público
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), prometeu relembrar as dezenas de escândalos de corrupção dos governos do PT. No entanto, ao falar de desvio de dinheiro público, não cita o caso que ele é réu por improbidade administrativa por causa do ‘’escândalo do Gisa’’, em Campo Grande.
A fala do sul-mato-grossense foi feita no Twitter, no domingo à noite, logo após ele participar de um debate, na Globonews, entre pré-candidatos à Presidência da República que são considerados como ''3ª via''.
Na rede social, Mandetta fez críticas ao ex-presidente Lula.
''Lula representa o passado. O ser humano tem a tendência de esquecer a parte cruel e romantizar a lembrança. Precisamos lembrar dos escândalos de corrupção do PT. Sobre o presente, a rejeição é muito alta’’, destacou o ex-ministro de Bolsonaro.
Apesar da fazer mais críticas a Bolsonaro que Lula, Mandetta destacou que os dois personagens políticos são ‘’opções nefastas’’ e que o Brasil precisa olhar para outra opção, caso queira se reerguer como nação.
Após a postagem, Mandetta foi bastante criticado pelos internautas. Entre os apontamentos foi destacado o encerramento do programa Mais Médicos, que deixou populações do interior do País sem assistência médica, antes feita por médicos cubanos.
Gisa
Porém, Mandetta omitiu que foi investigado no escândalo do Gisa. O termo significa ‘’Gestão de Informações em Saúde), anunciado em 2008, como uma espécie de central que iria gerir pedidos de exames, consultas e outros procedimentos médicos na rede pública de saúde da Capital.
Para ser implementado à época, houve licitação, que custou R$ 11 milhões, grande parte verba federal e outra contrapartida do Município de Campo Grande.
Crime
Porém, auditoria da Controladoria-Geral da União, a CGU, apontou que a central não foi implementada totalmente. Na apuração, constatou-se que, dos 12 módulos previstos, somente dois funcionaram em modelo piloto.
Outro motivo que gerou a investigação foram suspeitas de favorecimento de uma das empresas no processo de licitação, que se sagrou vencedora.
A Prefeitura da Capital foi obrigada a devolver a verba federal para a União, no montante de cerca de R$ 14 milhões.
Secretário
À época do caso Gisa, Mandetta era secretário municipal de Saúde de Campo Grande. Ele é reu por improbidade administrativa na Justiça Federal. Há outra denúncia na Justiça Eleitoral de MS, mas não há detalhes sobre o caso.