08/09/2021 11:00
Polícia tem medidas especiais para vítimas de agressão de homens com porte de armas
“Todas as mulheres que ligarem para o 190, independente da patente do policial militar ou do policial civil, ou daquele que esteja agredindo, a PM vai até o local e conduz todos até a delegacia", destaca delegada
Se as vítimas de violência doméstica já sentem grande dificuldade em denunciar os agressores em situações “normais”, o medo triplica quando o autor possui o porte de arma legalmente e, mais, faz parte de uma instituição prestigiada como a polícia militar ou civil.
Pensando nesses casos, a delegada da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Joilce Ramos, reforça que as forças de segurança pública estão preparadas para atender mesmo os casos envolvendo membros da corporação.
“Todas as mulheres que ligarem para o 190, independente da patente do policial militar ou do policial civil, ou daquele que esteja agredindo, a PM vai até o local e conduz todos até a delegacia e aqui nós vamos analisar se ele fica preso ou não”, esclarece.
Joilce ainda detalha as ações realizadas pela delegacia, que oferece ainda atendimento psicológico e abrigo para as vítimas que, por alguma razão, tenham medo de voltar para a própria casa.
“Existe uma medida protetiva especifica para homens que trabalham armados que é a suspensão da arma de fogo. Quando a mulher está se sentindo ameaçada com essa arma dentro de casa pode ser solicitada a medida e ele passa a trabalhar no setor administrativo sem o porte de arma”, complementa.
Delegada Joilce Ramos - Foto: Silas Lima
Crimes envolvendo PMs
O alerta ocorreu após a prisão de um sargento aposentado da Polícia Militar, de 55 anos, na noite desta terça-feira (7). Ele é suspeito de agredir a esposa e o filho de 11 anos em uma discussão por R$ 50. O caso aconteceu no bairro Tiradentes, em Campo Grande.
Segundo a delegada Joilce Ramos, a vítima, de 41 anos, disse que o esposo passou o dia bebendo e pediu R$ 50 ao chegar em casa. Como a mulher negou, ele teria investido contra o filho com socos, tapas e tentativa de enforcamento. A mãe tentou impediu e também apanhou.
O sargento teria colocado uma faca no pescoço da vítima, fazendo ameaças de morte. A mulher conseguiu fugir e pediu socorro para a PM. Um oficial de área foi chamado para auxiliar na ocorrência e o autor foi preso em flagrante.
Durante depoimento na delegacia, o sargento aposentado negou as acusações. As vítimas, no entanto, apresentavam várias escoriações. "“Nesse caso específico, apesar dele ter negado, as marcas no corpo das vítimas indicaram que houve a violência”, diz Joice.
O autor foi encaminhado para o presídio militar e a vítima pediu medida protetiva.