02/09/2021 12:45
Vereador afirma que alguns líderes religiosos amedrontam fieis para irem ao 7 de setembro
Ele diz que recebeu vídeo com fake news onde uma pessoa dizia que se as pessoas não fossem manifestar a favor de Bolsonaro veriam suas crianças mortas
O 7 de setembro é visto de maneira preocupante por diversos parlamentares da Câmara de Campo Grande. Risco de depredações, brigas e até mortes foram citados na sessão desta quinta-feira (2). O vereador Marcos Tabosa (PDT) afirmou que alguns líderes religiosos estão colocando medo em fiéis para eles seguirem o manifesto a favor do presidente Jair Bolsonaro.
O parlamentar denunciou a situação e está preocupado com a influência do radicalismo religioso sob as manifestações políticas prometidas para o Dia da Independência.
“Me mandaram um vídeo com quatro crianças enforcadas e dizendo que: se você não for para o dia 7 de setembro, vai acontecer isso na sua família. Estão invertendo a data e o motivo é contra o STF. Contra as instituições. Essas pessoas estão atacando a base da democracia e isso é preocupante. E o pior quando um líder religioso sobe em um pupito da igreja e fala para os seguidores que ‘a sua família vai ser atacada’. Mas, a família está sendo atacada ao irmos no supermercado, ao ir abastecer, ao pagar a conta de água e de luz e ao pegar nossos holerites e ver que o dinheiro não dá. Isso, porque um suposto messias prometeu algo que não podia entregar.”
Política X religião
Valdir Gomes (PSD) diz que fica temeroso porque nunca viu uma situação em que os temas: política e religião estivessem tão problemáticos.
“Estou vendo ser misturada política com religião. Isso não pode. Cada um tem a sua e temos que respeitar. A gente tem que cuidar dos eleitores, que nos trouxe até essa Casa. Isso está vindo de Brasília e aqui nós não temos forças para combater isso. Estamos com medo. As ameaças são muito grandes. A gente não sabe se vai dar briga, se vai dar morte. E não é esse nosso papel. É bastante preocupante.”
Preocupados com a violência
“Acho que a gente deve deixar bem claro que as reivindicações não devem descambar para a violência e para o vandalismo. Esta muito polarizado e isso não pode gerar violência. Peço para que ambos os lados que irem ao movimento, que o façam de forma pacífica”, disse Beto Avelar.
Professor André Luiz (Rede) afirma que o país está doente e alguns movimentos querem mudar o foco. “A recomendação do rede é que o Brasil está doente e vamos respeitar a Pátria, ficar em casa, curtir nossa família e orar para o Brasil. Jesus é um homem da paz, e ele não diz para ‘armar uns aos outros como eu os armei’, ele diz para amar. E estão colocando um ‘R’ nessa frase. É o nosso papel colaborar para a contribuição para o nosso Brasil doente.”
Ayrton Araújo (PT) também se mostra preocupado com ameaças e intimidações de grupos de extrema-direita.