Polícia

13/08/2021 11:03

Defesa admite estupro "apenas" em cadáver de Carla e alega insanidade de assassino

Durante o depoimento, Marcos não demonstrou muitas emoções e preferiu ficar calado

13/08/2021 às 11:03 | Atualizado 13/08/2021 às 17:05 Nathalia Pelzl e Adriano Bueno
Mãe e pai de Carla atentos ao discurso da defesa de Marcos - Silas Lima

Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, assassino de Carla Santana Magalhães, encontrada morta em julho de 2020, está sendo julgado no Tribunal do Júri, nesta sexta-feira (13), em Campo Grande. 

Ele responde por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de estupro, vilipêndio e ocultação de cadáver.

Durante o depoimento, Marcos não demonstrou muitas emoções e preferiu ficar calado. Depois, pediu para acompanhar o julgamento por videoconferência. 

A defesa dele, feita pelo advogado Sebastião Francisco dos Santos Júnior, alega que seu cliente é doente e que vai provar a insanidade dele. 

Além disso, a defesa de Marcos pediu que a família de Carla aceite as condolências da parte deles.

A defesa também pontua que Marcos não estuprou Carla, mas sim fez o ato de vilipendiar a vítima, pois ela já estava morta. 

Desolada, a mãe da jovem acompanha o julgamento em silêncio, assim como outros familiares. 

A família segue atenta a todos os argumentos apresentados pela defesa de Marcos. O pedido deles é por justiça. 

Sete jurados, sendo a maioria homem, vão decidir o destino do assassino confesso. 

O juiz Aluízio Pereira dos Santos acredita o julgamento termine às 14h. 

Crime 

Carla foi achada morta no dia 3 de julho de 2020, na esquina da casa onde morava e também da casa do assassino, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. 

Durante a fase de inquérito, Marcos André disse que matou a jovem porque ela ignorou um cumprimento dele. 

Segundo a denúncia, ele a raptou e aplicou um golpe ‘’mata-leão’’ e depois a carregou até a casa dele. Lá, ele usou um objeto para golpear no pescoço, causando a morte. 

Depois fez sexo vaginal e anal com a vítima já morta. 

Ainda segundo a investigação, Marcos colocou o cadáver de Carla embaixo da cama dele. Três dias depois, jogou o corpo dela no mesmo local em que a pegou. Ainda na fase policial, Marcos relatou que sofre de alcoolismo e quase não lembrava dos detalhes do crime. 

Histórico criminoso

Além da morte de Carla, Marcos possui registro criminal por furto qualificado, em Bela Vista. 

Ele, que é natural do município, furtou todos os móveis do avô de 76 anos, em 2 de agosto de 2017.

Segundo conta no boletim de ocorrência registrado pelo idoso que o TopMídiaNews teve acesso, a casa foi deixada aos cuidados do neto. E quando retornou, Marcos André tinha levado tudo

O caso ocorreu antes do servente mudar-se para Campo Grande. À época, o idoso disse que o neto possuía arma de fogo e que estava com medo.