14/08/2021 11:30
Cidades de MS entram para ranking histórico de seca
Corumbá, Coxim, Ladário e Porto Murtinho já sentem a baixa dos rios que afeta a navegação e o abastecimento de água
Mato Grosso do Sul sente os malefícios da estiagem severa e, por conta da falta de chuvas, as cidades de Coxim e Corumbá já sofrem com o racionamento de água. Isso porque a bacia do rio Paraguai está muito abaixo do normal e as prefeituras usam bombas móveis para captação de água, por causa do afastamento das margens.
A Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) informou que há risco de intermitência em alguns sistemas de abastecimento operados pela companhia, como em 2020, diz o Estadão.
Pelo Brasil, a seca histórica deste ano afeta pelo menos 53 municípios de cinco Estados. Afeta a navegação, existe o racionamento e ainda contribui para o desequilíbrio do ecossistema nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País.
As bacias dos Rios Grande, Paraná, Paranapanema e Paraguai - que banham São Paulo, Paraná, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofrem com a estiagem.
Segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, por exemplo, o Brasil teve a menor entrada de água nos reservatórios dos últimos 91 anos no período chuvoso de setembro de 2020 a março deste ano.
O Rio Paraná, que banha a divisa com Mato Grosso do Sul já possui ilhas em formação e mortandade de peixes. Em vistoria com drone foi possível verificar que já existe uma área de 60 hectares ao longo de uma ilha que estava em risco de desconexão por baixa vazão, “com riscos iminentes de aprisionamento de peixes em quantidades consideráveis e ações de pescadores, por ser uma área de deslocamento de embarcações”.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), liderado pelo Ministério de Minas e Energia, recomendou a adoção de manobras para manter vazão mínima, como forma de guardar água para atender à demanda de energia nos próximos meses, com previsão de poucas chuvas.
Navegação
A estiagem ainda afeta a navegação e a pesca em rios que irrigam o Pantanal, um dos mais relevantes biomas brasileiros. Em Ladário (MS), o nível era de 84 cm, ante média história de 415 e, em Porto Murtinho (MS), de 203 para média de 532.
Embora a maioria das hidrelétricas instaladas nos rios que irrigam o Pantanal seja do tipo fio de água, que não fazem retenção de volume, o nível baixo no reservatório da Usina Hidrelétrica do Manso, na Chapada dos Guimarães (MT), afeta diretamente o bioma pantaneiro. A barragem está em afluente do Rio Cuiabá que, por sua vez, deságua no Paraguai. “Como o nível do Rio Paraguai em Cáceres, no Alto Pantanal, está inferior ao nível do rio em Ladário, no Baixo Pantanal, não está vindo água do Mato Grosso”, disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck.
Sanesul
Questionada a Sanesul diz que trabalha para amenizar efeitos da seca.
Nota Oficial
Foram adotadas uma série de medidas estratégicas para sustentar o abastecimento de água para a população nos 68 municípios de Mato Grosso do Sul, operados pela Sanesul, em consequência da Resolução n° 77/2021 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), de 1 de junho/21, declarando Situação Crítica de Escassez Hídrica na Região Hidrográfica do Paraná, em razão de precipitações severas desde outubro de 2019 e com registro de vazões baixas a extremamente baixas, quanto no período chuvoso de 2020/2021.
Portanto, as bacias do Rio Paraguai e do Rio Paraná tem sido acompanhas e a Companhia vem trabalhando para aumentar a capacidade de produção de água para toda a população de MS, através de projetos de novos poços em várias cidades do Estado, muitos já concluídos e outros em processo de licitação ou contratação, a exemplo de: Amambaí, Anastácio, Bataguassu, Bonito, Palmeiras, Camapuã, Chapadão do Sul, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Juti, Naviraí, Guia Lopes, e Alcinópolis, que são algumas das cidades beneficiadas.
É a primeira vez que o órgão nacional emite um alerta desta natureza, com reforço de outros centros internacionais de análise climática, apontando que essa é a pior seca da série histórica dos últimos 111 anos.
Apesar do risco de racionamento de água e do grave impacto à saúde da população, todos os municípios atendidos pela Sanesul estão sendo monitorados e ações pontuais necessárias sendo tomadas para que não falte água.
É importante que toda população faça uso consciente e racional com redução no consumo de água, inclusive, que medidas educativas de economia e uso sustentável desse bem finito.
(Atualizada dia 16/08/2021 para inserção de nota oficial da Sanesul)