11/08/2021 15:53
Derrota por voto impresso faz Bolsonaro criticar novamente o TSE
Presidente ainda destacou para apoiadores que eleição do ano que vem não será confiável, ferindo acordo com Arthur Lira de não reacender discussão
O presidente Jair Bolsonaro não ficou muito tempo se retrucar a derrota sofrida na Câmara dos Deputados referente a proposta de que as eleições passem a ser pelo voto impresso. Assim, o governante voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta-feira (11), e para apoiadores que eleição do ano que vem não será confiável, mesmo não apresentando provas.
Mesmo com a derrota, Bolsonaro viu 229 deputados votarem a favor das eleições com voto impresso, no entanto, por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, o mínimo de votos necessários para aprovação era 308 votos.
A votação ficou muito aperta, já que 218 votaram contra o voto impresso e os demais 65 deputados não quiseram participar da votação, abstendo do voto ou se ausentando da sessão. Porém, os parlamentares que não contribuem, indicam que a negação para tal proposta, dificultando ainda mais a aprovação da emenda.
Bolsonaro, contudo, feriu um acordo que tinha com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que iria respeitar a decisão da casa e encerraria o assunto se o voto impresso fosse derrotado.
"Número redondos, 450 deputado votaram ontem, foi divido. 229, 218, dividido. Então é sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acredita que o resultado no final ali seja confiável. Dessa outra metade que votou contra, você tira PT, PCdoB, PSOL que para eles é melhor o voto eletrônico como está aí", disse o presidente.
"Desses outros que, tirando esses partidos de esquerda que votaram contra, muita gente votou preocupada. Foram realmente problemas. Com problemas essas pessoas aí resolveram votar com o ministro presidente do TSE. Os que se abstiveram, numa votação online, abstenção é muito difícil acontecer. Não é que votou abstenção, é não votou. Então é sinal que também ficaram preocupados com retaliações", continuou Bolsonaro.