Polícia

06/08/2021 17:02

Mês de combate à violência doméstica, agosto já tem dois casos de feminicídio em MS

De janeiro a julho, conforme a Deam, 19 mortes foram confirmadas; agora, número chega a 21

06/08/2021 às 17:02 | Atualizado 06/08/2021 às 19:02 Nathalia Pelzl
Reprodução Facebook

Em alusão à Lei Maria da Penha, o mês de agosto, nomeado como “Agosto Lilás”, visa diminuir os números de violência doméstica. 

Em Mato Grosso do Sul, conforme informações da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), desde o início do ano, 9.259 boletins de ocorrência foram registrados. 

Destes, 750 de vítimas de estupro, 19 feminicídios consumados, que acabou com a morte da vítima e 42 na forma tentada. 

Os dados são equivalentes até o mês de julho deste ano. Agora, no entanto, agosto já teve mais dois casos de mulheres mortas pelas mãos do marido ou companheiro. 

A primeira vítima do mês de agosto, Laís de Jesus Cruz, 29 anos, foi encontrada morta, enterrada nos fundos de casa, na última quarta-feira (4), na Rua Dolores Terezinha Miranda, no Bairro Flávio Derzi, em Sonora.

O corpo da mulher foi encontrado por policiais militares que passaram a investigar o sumiço de Lais após o registro da ocorrência.

O principal suspeito de cometer o assassinato da jovem é o marido dela, o personal trainer Pablo dos Santos Trindade, 35 anos, que teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia. 

Ele nega que tenha matado a mulher, no entanto, a justiça manteve a prisão. 

Em depoimento, ele destacou que a mulher não aceitava relacionamento aberto e que ela cometeu suicídio com uma concha. 

O personal contou que eles conviveram por três anos e que tiveram um filho durante o período. Ele alega que o casamento era conturbado.

Segundo ele, na segunda-feira (2), discutiu com Laís devido a uma terceira pessoa que ele queria incluir no relacionamento. 

No entanto, Laís não aceitou e ameaçou se matar, segundo o personal. 

Ainda em depoimento, o homem revelou que disse para ela se matar e que saiu de casa, no entanto, ao retornar encontrou o corpo dela todo ensanguentado no quarto ao lado de uma concha de cozinha.

O homem disse que, por isso, resolveu cavar um buraco e enterrar a mulher. Já no dia 3, ainda segundo o acusado, a fossa foi feita.

Ele, então, contou que enrolou a vítima em um pano e ocultou dentro do buraco. 

Conforme o depoimento, depois disso, ele usou água sanitária para limpar o quarto. Para não levantar suspeitas, acessou o celular dela e mandou mensagens para a mãe dela e fez postagens no Instagram, mas não soube dizer o motivo. 

Ele alegou que está arrependido. 

2º CASO

Já o segundo caso aconteceu em Chapadão do Sul. 

Homem de 34 anos confessou ter matado e enterrado Elisiane Ferreira da Silva Alves. 

O corpo da mulher foi encontrado, nesta quinta-feira (5), em uma cova rasa em uma fazenda em Chapadão do Sul. 

Conforme informações da Polícia Militar, antes de ser preso,  o suspeito foi até a casa da irmã e ameaçou ela e o marido após contar que matou a mulher. 

Quando os militares chegaram na casa, o suspeito foi conduzido até à delegacia para registrar o boletim de ameaça e acabou ‘soltando’ que tinha mais coisas para falar, porém que só diria na presença de advogados. 

Inicialmente, ele disse que tinha sido forçado por outro homem a enterrar Elisiane, que estava desaparecida desde o dia 1º. 

Ele levou os militares até o local e o corpo de Elisiane foi encontrado em avançado estado de decomposição e enrolado em um lençol. 

Diante dos fatos, ele foi levado novamente à delegacia e segue à disposição da Justiça. 

A polícia investiga a participação de outras pessoas no crime.