Campo Grande

28/07/2021 11:00

Mesmo com frio de 'doer', Campo-grandenses não abandonam tereré e ignoram bebidas quentes

Tereré continua sendo a bebida diária, mesmo com temperatura de 8°C

28/07/2021 às 11:00 | Atualizado 28/07/2021 às 15:02 Dany Nascimento
A previsão é de tempo frio até a primeira quinzena de agosto - Daniel Reino e Silas Lima

O frio chegou com força, mas a tradição do velho tereré continua a todo vapor em Campo Grande. ‘Tererezeiro’ desde a adolescência, Marcelo Gamarra Kanashiro, 33 anos, faça chuva ou faça sol, prepara diariamente a bebida preferida. 

“O tereré está presente diariamente na minha vida. Só não tomo quando acordo. Peguei hábito de tomar com nossa turma de amigos na adolescência. Eu tenho até um calo de tanto servir tereré. Todo mundo tinha preguiça de ficar servindo o tereré e como eu gosto muito de tomar, eu sempre era o amigo que servia para a roda toda. Antes não tinha alça pet, esses acessórios que existem hoje, eu segurava embaixo da garrafa e foi criando calo”, conta Marcelo. 

Mesmo com previsão de temperaturas na casa dos 8°C, Kanashiro diz que chega do trabalho e já prepara o tereré.

Marcelo Kanashiro - Foto tirada antes da pandemia da Covid 19 na região das Moreninhas - Aquivo Pessoal

“Eu gosto de tomar tereré assistindo futebol, gosto de tomar tanto sozinho, quanto numa roda de amigos. Hoje estamos filtrando para tomar por conta da pandemia, agora prefiro tomar sozinho. Não existe tempo frio pra mim, se não estou com problema de garganta, tomo no frio mesmo. Só no trabalho que não tem como tomar, mas nas minhas horas de lazer, eu tomo. Tempo pode estar congelando, que eu tomo do mesmo jeito. Eu sou aquele amigo para o tereré, povo tem aquele amigo de chamar para tomar uma, como não bebo, eu sou o amigo do tereré”, afirma Marcelo.

Assim como Kanashiro, Renan Araújo, 32 anos, também não deixa o tereré de lado no frio. Além de tomar a bebida gelada nas horas de lazer, Renan afirma que o tereré também é companheiro de trabalho.

“A ‘friaca’ chegou e vamos organizar aquele tereré gelado para comemorar. Não abro mão do tereré para tomar bebidas mais quentes como chimacoco, chimarrão. Antes de começar a trabalhar, preparo meu tereré e meu trabalho rende”, diz o polidor de carros. 

Para Renan, tereré se tornou companheiro diário. “Tomo todos os dias, antes do trabalho eu preparo, encho a garrafa e o dia vai passando, vou trabalhando e tomando meu rico tereré”.

Renan e a esposa, Fernanda, em uma festa, acompanhados do velho e bom tereré - Arquivo Pessoal