13/07/2021 07:15
'Prevaricação se aplica ao servidor público, não a mim', diz Bolsonaro sobre caso Covaxin
Presidente também afirmou que, por ora, não tomará nenhuma providência sobre Ricardo Barros, líder do governo na Câmara
Após a Polícia Federal abrir inquérito para apurar se houve prevaricação na caso da compra da vacina Covaxin, Jair Bolsonaro, disse, nesta segunda feira, que este tipo de crime se aplica a servidor público e não a ele como presidente.
As informações foram divulgadas pela Agência O Globo. Bolsonaro deu a declaração a jornalistas após uma visita ao Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro disse ainda que não interfere na PF.
“O que eu entendo é que a prevaricação se aplica ao servidor público, não se aplicaria a mim. Mas, qualquer denúncia de corrupção, eu tomo providência. Até o do Luís Lima (sic), mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele e atual dele, eu conversei com o Pazuello”, disse Bolsonaro, referindo-se na verdade ao deputado Luis Miranda (DEM-DF).
Segundo divulgado, as suspeitas de prevaricação de Bolsonaro foram levantadas pelo parlamentar que disse em entrevistas e em depoimento à CPI da Covid que avisou ao presidente que superiores de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, teriam feito “pressões atípicas” para que ele liberasse a importação da vacina. Miranda disse que, ao ser informado do caso, Bolsonaro afirmou que iria acionar a Polícia Federal.
No entanto, a PF abriu inquérito para investigar o caso somente após as denúncias dos irmãos Miranda virem à tona.
Mais uma vez, Bolsonaro disse que ao conversar com Miranda em março repassou as informações para o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Segundo ele, não foi constada irregularidade. Bolsonaro voltou afirmar que não tem como ver o que acontece em 22 ministérios, mas disse que "no meu entender não aconteceu nada de errado lá." O presidente disse ainda que deu ordem para Pazuello só comprar vacina com após a autorização da Anvisa.
Questionado por que, apesar de ter sido acionado por Luís Miranda sobre as suspeitas de irregularidades em março, a Polícia Federal só passou a investigar o caso há 12 dias, Bolsonaro disse que não manda na instituição.
“Eu não mando na Polícia Federal, pessoal. Alguns acham que tem como colocar cabresto na PF, não tem. Se tivesse como botar o Lula teria botado, a Dilma também. Afinal, grande parte das investigações vêm da Polícia Federal e meu governo continua a mesma coisa. Não tem como interferir na PF”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que, por ora, não tomará nenhuma providência sobre o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), citado por Luis Miranda por envolvimento nas negociações suspeitas da Covaxin.
“Ele vai depor dia 20. Ele depondo, a gente conversa logo depois. Eu tenho que dar um crédito para ele até que provem que ele tem alguma culpa em algum lugar. Ele vai depor e após o depoimento dele, eu vou conversar com ele novamente”, disse o presidente.