10/07/2021 09:59
Ribeiro já tinha 2 doses de vacina e se tratou com médico ‘do migué’
Ex-vereador tinha pressão alta; e importante lembrar que imunização não é blindagem 100%
O empresário Clemêncio Ribeiro, 67 anos, já estava com as duas doses da vacina contra o coronavírus em dia. Acabou infectado – como é possível e avisado – e tratou com médico apontado como negacionista e que ainda deu alta para o paciente.
Ribeiro, ‘a fera que nasceu em Mato Grosso do Sul’, morreu por complicações da covid-19, na noite desta sexta-feira (9), em Campo Grande. Ele teve 90% dos pulmões comprometidos e estava intubado. Ele era ex-fumante e tinha pressão alta.
Diferente do que dita o ‘conhecimento’ popular, as duas doses não garantem imunidade total, e ‘trabalham’ mais na prevenção da morte. A coronavac, por exemplo, imunizante mais aplicado no Brasil e no empresário, tem eficácia total de 65,9% para a prevenção de covid-19 para aqueles totalmente imunizados (2 doses + 15 dias), de 87,5% para a prevenção de hospitalização, de 90,3% para a prevenção de internações em UTI, e de 86,3% para a prevenção de morte relacionada à doença. O empresário acabou sendo essa infeliz minoria estatística.
Infectado, Ribeiro buscou ajuda do médico cardiologista de Campo Grande, João Jackson Duarte, famoso nas redes sociais, negacionista, contra as vacinas, e que cobrou 1 mil reais por sessão do ex-vereador.
Jackson, inclusive, deu alta para Ribeiro, comemorada pelo empresário:
Sem o tratamento adequado, a fera de MS ficou se tratando em casa, com o 'kit covid', acabou intubada e faleceu nesta sexta-feira.
SEM EFEITO
O médico cardiologista de Campo Grande, João Jackson Duarte, publicou diversos posts em redes sociais, questionando a eficácia da vacina contra a covid-19. Não bastasse o ataque à ciência no meio virtual, o profissional atendia e cobrava de pacientes para oferecer o tratamento precoce contra a doença.
Conforme apurado pelo TopMídiaNews, o médico não apenas ‘’esclarecia’’ os pacientes sobre os riscos da vacina pela internet, como os recebia em seu consultório. Entre os vários pacientes tratados com cloroquina e outros medicamentos, considerados ineficazes contra a covid, há um político. Cada uma das 15 sessões custava mil reais.
O problema é que moradores do prédio onde ele atendia acionaram a Vigilância Sanitária, que no início de junho pediu para que os atendimentos fossem encerrados. Leia mais sobre o caso clicando aqui.