08/07/2021 16:28
Incêndios reaparecem e desta vez atingem banhado do Rio da Prata em Bonito
Chamas de grandes proporções ameaçam destruir biodiversidade local e incêndio pode atingir novas áreas
Os incêndios florestais voltam a ser dor de cabeça para os brigadistas sul-mato-grossenses que tentam evitar transtornos passados. Desta vez, um incêndio de grandes proporções atingiu uma extensa área do banhado do Rio da Prata, em Bonito. Ainda não há a confirmação do que poderia ter causado o incêndio.
A Fundação Neotrópica atua na região para tentar controlar as chamas que ameaçam o banhado, uma área prioritária para conservação ambiental conforme normativa do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em área próxima ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
Quem atua para evitar que novos focos se espalhem pela reserva e destrua ainda mais a biodiversidade é a Brigada do Parque Nacional. A fundação atua em suporte e oferece equipamentos e auxílios que forem necessários para acabar com o incêndio.
“Os banhados são áreas prioritárias para a conservação, inclusive pela importância de sua biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos”, ressalta o superintendente executivo da Fundação Neotrópica, Rodolfo Portela.
“O fogo é um agente natural, porém, a ação humana catalisa este processo e aumenta também as proporções do fogo, o que torna este evento uma grande ameaça para a conservação. Isso demonstra a fragilidade de proteção dessas áreas”, acrescenta o superintendente.
Rodolfo explica que a mudança no Novo Código Florestal, a Lei 12.651 de 2012, estabelece normais gerais sobre a Proteção da Vegetação Nativa, trouxe alterações também para as normativas de proteção da área.
“Ele retirou a proteção das áreas úmidas, e isso trouxe uma enorme fragilidade para áreas como a do Banhado do Rio da Prata. Sem a proteção, ele passa por vários problemas de degradação, como os drenos do Rio da Prata que interferem na qualidade da área”.