01/07/2021 18:10
Capital 'aceita' estudo, mas vê estratégia equivocada com doses da Janssen em MS
José Mauro Filho, da Sesau, acredita que estratégia não foi a melhor utilizada e que Campo Grande poderia ter tido um ganho extraordinário para imunizar população mais afetada pela covid
Campo Grande de fato não concordou, mas 'aceitou' em parte a aplicação desse estudo que será realizado com as mais de 165 mil doses da Janssen nas cidades de fronteira. A ideia da vacinação em massa em uma região específica é criar um cinturão de imunização e vacinar toda a população adulta desses municípios.
O secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), José Mauro Filho esclareceu que durante a reunião com o Ministério Público de MS e representantes do Estado, nesta quinta-feira (1°), foram apresentados alguns documentos que comprovam a destinação dessas doses para a fronteira.
Dessa forma, não restou outra alternativa a não ser aceitar o estudo. Contudo, o secretário novamente rebateu que essa distribuição das doses poderiam ser feitas de outra maneira e ajudar demais cidades, como Campo Grande, e reafirma que a capital viu a estratégia do estado como equivocada.
"Campo Grande não concordou essa decisão de pesquisa tendo em vista o alto número de internações de pacientes com contaminação acima dos 30 anos, que poderiam ser resolvidos com esse lote de vacinas. Há uma documentação apresentada destinando essas vacinas para a região de fronteira, então não há o que se questionar, mesmo Campo Grande sendo contrário a essa decisão, uma vez que poderia solucionar e evitar esse número de óbitos".
Assim, José Mauro acredita que a distribuição igualitária dessas doses poderiam ajudar outras cidades a avançar nas suas faixa-etárias. Na visão do secretário, Campo Grande com as doses da Janssen poderia começar a vacinar a população de 27 anos, considerado emergencial e com mais risco devido à variante da covid-19.
"Se nós recebêssemos somando os dois lotes de 200 mil da Janssen, mais 100 mil de outras vacinas e se Campo Grande recebesse 33% que é da proporcionalidade de 300 mil doses de vacina, nós estaríamos com um quantitativo de mais de 120 mil doses para imunizar em torno de 15 anos. Isso seria um ganho extraordinário para o município", concluiu.
Apesar de ser contrário, o secretário confirmou que a decisão está baseada no PNI (Plano Nacional de Imunização) feita pelo Ministério da Saúde.