Interior

25/06/2021 10:50

Pastor envolvido na morte do 'Rambo' é assassinado na Fronteira

Ele já havia sido preso pela participação no assassinato do policial federal Marcos Antônio Soares Assunção

25/06/2021 às 10:50 | Atualizado 25/06/2021 às 10:49 Dany Nascimento
Kleber era pastor e comerciante - Dourados News

O pastor Kleber Rocha Pinto,  59 anos, foi morto a tiros em frente do comércio que mantinha na saída de Ponta Porã para Antônio João, na fronteira brasileira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O crime aconteceu na noite de ontem (24), conforme o registro policial. 

Ele já havia sido preso pela participação no assassinato do policial federal Marcos Antônio Soares Assunção, de 35 anos, o ‘Rambo’, em 1998, em Dourados.

Segundo o site Dourados News, testemunhas disseram que os dois pistoleiros, estavam em uma moto quando executaram Kleber em frente ao comércio dele na saída para Antonio João. 

O comerciante foi socorrido e levado ao Hospital Regional, onde morreu logo após dar entrada. Populares dizem que os autores fugiram para o Paraguai após o crime.

'CASO RAMBO'

O policial Rambo, bastante conhecido pela ascendência entre os policiais federais de Dourados no final dos anos 90 foi alvejado por cinco tiros e morreu, depois de, supostamente, ter sido atraído para uma emboscada armada por dois de seus “informantes”, um deles o próprio Kleber.

Rambo morreu ao lado de um veículo Saveiro descaracterizado que usou para chegar até o local onde foi executado. Na cintura portava uma pistola Lock nove milímetros fabricada na Austrália. Em outro local do corpo estava um revólver Rossi 38 e dentro do carro dele ainda foi encontrado um fuzil Sturn Rugger calibre 5,56 milímetros.

No mesmo dia do crime a Policia Federal prendeu em flagrante o então estudante de Direito Kleber Rocha Pinto na época com 34 anos por ser suspeito de ter ligações com o crime depois que pistas dadas por testemunhas levaram os policiais até ele. Kleber era “informante” de Rambo e acabou entregando o também informante Jaime Favaro, o Jaiminho ou “Gauchinho”, conhecido marginal da região do Jardim Flórida.

Conforme consta no inquérito policial, Rambo, no dia do crime, recebeu um telefonema anônimo alarmando que existia um ponto de drogas na Rua Dezidédio. Rambo foi atraído para a morte. Consta que nesta “emboscada” Gauchinho usou uma moto de propriedade de Kleber para cometer o crime. Kleber teria visto os disparos.

Abraço da morte

O jornalista policial Percival de Souza, do Estadão, escreveu no livro “Sindicato do Crime” editado em 2006, que o policial federal caçador de traficantes foi emboscado por traficantes, que arquitetaram o plano da morte com um informante traidor do policial. “Confiante que estava indo para um encontro em que receberia preciosas informações para mais uma grande apreensão de drogas, Rambinho deixou-se envolver pelo abraço da morte. Já inerte, o corpo recebeu um pontapé nas nádegas”.