24/06/2021 10:24
Mãe falou com Lázaro por telefone e família que ajudar a negociar prisão de serial killer
A mulher acredita que a prisão é a melhor saída para Lázaro
Os parentes de Lázaro Barbosa de Sousa, suspeito de assassinar quatro pessoas em Ceilândia Norte, entre 9 e 12 de junho, ainda tem esperança que ele se entregue. A mãe do fugitivo disse que não tem condições de contratar um advogado para o filho e afirma que a família pretende ajudar o rapaz.
Segundo o site Uol, a família quer ajudar nas negociações para que ele se entregue. Até agora, as autoridades não destacaram qualquer conhecido do acusado para atuar nessa tarefa.
A mãe dele, Eva Maria Sousa, de 51 anos, disse que, apesar de não ter dinheiro para contratar um advogado para Lázaro, conta com a ajuda de um profissional de Brasília, que se dispôs a colaborar com a negociação. Novamente, pediu que ele se renda.
Ela acredita que a prisão do filho seria a melhor solução neste momento. Desde o assassinato dos membros da família Marques Vidal, ela só conversou com Lázaro em uma oportunidade.
"Ele entrou em contato uma vez, por telefone. Eu estava muito nervosa e perguntei para ele: 'Cadê a mulher [Cleonice, que estava desaparecida, à época]?'. Ele disse 'Não sei. Não está comigo'. Depois, não falou mais nada e desligou, quando falei para ele que meu telefone estava rastreado", contou.
A ligação feita à mãe pelo fugitivo ocorreu de um número desconhecido, segundo ela. Mesmo assim, ela tentou retornar as ligações, mas o filho não a atendeu mais.
Esse foi o último contato entre Lázaro e os familiares desde o início das buscas, em 9 de junho. A mãe conta que, por conta da perseguição de pessoas querendo fazer justiça com as próprias mãos, a família tem trocado de telefone e endereço com frequência.
"Está muito difícil. Não tenho cabeça para nada. Não consigo viver mais. Para mim, a vida acabou", desabafou.
Eva Maria e o marido, com quem está casada há 13 anos, moravam em Águas Lindas (GO) e trabalhavam como caseiros em uma chácara. Eles se mudaram para o interior da Bahia depois da chacina contra a família Marques Vidal.
"Tivemos de sair do nosso emprego e da cidade. Estamos recebendo muitas ameaças. Não estamos nada bem", afirmou Eva Maria. "As forças de segurança não entraram em contato conosco para ajudarmos a convencê-lo (a se entregar)", completou.
Sobrevivendo de doações
A família de Lázaro sobrevive atualmente à base de doações. Muitos conhecidos se afastaram depois que descobriram a ligação familiar entre Eva Maria e o foragido.
"Estamos em um lugar onde não há emprego. Mas, por medo, não estou procurando agora. Recebemos ajuda de algumas pessoas, só que é difícil, porque, aqui (onde a família está), todo mundo é muito pobre", contou.
Casado, pai de duas crianças, de 2 e 4 anos, Lázaro não possuía residência fixa. Ele passava alguns dias na casa da companheira - com quem teve um dos filhos - e, de vez em quando, morava por um tempo com uma tia, que era para ele como uma segunda mãe. Por vezes, ele simplesmente desaparecia.
Eva Maria conta que o marido e o filho se davam bem e que ele está abalado com a situação. "Ele gosta muito do Lázaro, pareciam irmãos. E quer que ele se entregue, pois será melhor para todo mundo", ressaltou Eva Maria.