06/06/2021 16:38
Rogério Caboclo é afastado da CBF após denúncia de assédio sexual
Dirigente foi afastado por 30 dias
Rogério Caboclo não é mais presidente da CBF. O dirigente foi afastado por 30 dias, neste domingo, por uma decisão da Comissão de Ética, após uma funcionária da entidade o acusar de assédio sexual e moral. Ele nega.
A entidade já foi notificada da decisão.
Conforme o GE, o vice mais velho, Antônio Carlos Nunes, assume durante o período de afastamento. Uma reunião entre os diretores e vice-presidentes foi convocada para a manhã de segunda-feira, no Rio de Janeiro.
Pressionado por patrocinadores e outros dirigentes da confederação, Caboclo agora cuidará de sua defesa e sairá de cena no momento de atrito entre comissão técnica e jogadores da seleção brasileira antes da Copa América.
A defesa de Rogério Caboclo responde que ele nunca cometeu nenhum tipo de assédio. E vai provar isso na investigação da Comissão de Ética da CBF.
Denúncia
A funcionária denunciou o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos.
Ele teria perguntado se ela "masturbava".
Entre outros episódios de extrema gravidade, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de "cadela".
Segundo relato da funcionária, que tem oito anos de CBF, Caboclo fazia consumo de álcool durante o expediente.
Ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro para que o dirigente pudesse beber sem ser notado. Também cabia a ela recolher as garrafas vazias. Em viagens, era orientada a pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis – mas marcar o consumo no quarto dela.
Ela detalha um caso ocorrido no dia 9 de março de 2021, na casa do dirigente em São Paulo, onde auxiliava Caboclo em reuniões presenciais e virtuais.
Após um dia inteiro de consumo de bebida alcoólica, o dirigente teria chamado a funcionária de "cadelinha", e em seguida ofereceu biscoitos de cachorro para ela. Como a funcionária o repreendeu, ele então passou a simular latidos.
A funcionária também afirma que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e pediu que ela mudasse a maneira de se vestir – teria até oferecido dinheiro a ela para comprar novas roupas. Após seguidos episódios, ela pediu licença por motivos de saúde.
O presidente da CBF, então, ofereceu um acordo a ela – em troca de dinheiro, ela teria que negar a existência dos abusos e teria que mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. Ela recusou e fez a denúncia.