CORONAVÍRUS

13/05/2021 14:19

Produção da CoronaVac será paralisada nesta sexta por falta de insumos, diz Butantan

O Butantan aguardava a liberação de ao menos 3 mil litros de IFA até sábado

13/05/2021 às 14:19 | Atualizado 13/05/2021 às 13:42 Nathalia Pelzl
Amanda Perobelli/Reuters

A produção da vacina contra a Covid-19, Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan vai ser paralisada por falta de matéria-prima. A produção para nesta sexta-feira (14).

O Instituto aguarda a liberação pelo governo chinês de um lote com 10 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para retomar a produção.

No final de abril, o Instituto já havia suspendido o envase do imunizante na fábrica do Brasil, mas os setores de rotulagem e controle de qualidade ainda funcionavam para entregar as doses para o Ministério da Saúde.

O Instituto estima a entrega de mais 1,1 milhão de doses da CoronaVac para o governo federal, nesta sexta-feira, porém não há mais material para processamento em nenhuma etapa de produção.

De acordo com o Butantan, até a chegada de novos lotes do IFA, os setores vão assumir a produção da vacina da gripe.

O Butantan aguardava a liberação de ao menos 3 mil litros de IFA até o sábado (15).

No entanto, o diretor do Instituto, Dimas Covas, afirmou nesta quarta (12) que não há mais previsão de quando a matéria-prima deve chegar.

“Até o final da semana passada, havia a perspectiva de autorização de exportação [do IFA] no dia 13. Na reunião de hoje [com o laboratório Sinovac], vimos que essa previsão não vai se cumprir. Portanto, não temos data neste momento para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer momento, mas por enquanto não há essa previsão", disse em coletiva de imprensa na quarta-feira (12).

O governo de São Paulo tem participado de reuniões com o embaixador do Brasil na China para tentar viabilizar a autorização para a exportação dos insumos da vacina.

De acordo com o governador João Doria (PSDB), com os 10 mil litros de IFA prontos no laboratório da Sinovac na China para serem enviados ao Brasil, o Instituto poderá produzir aproximadamente 18 milhões de doses da CoronaVac.

Doria acredita que as declarações contra a China feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão impactando na falta de repasse dos insumos.

"Se não recebermos mais insumos para mais vacinas, nós infelizmente teremos que parar a produção. Então é muito importante que a diplomacia brasileira, o ministro das Relações Exteriores, os embaixadores possam atuar para que o governo chinês libere o embarque destes 10 mil litros de insumos da vacina do Butantan", afirmou o governador na quarta.

A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina de Oxford, produzida pela Fiocruz. 

A CoronaVac corresponde a aproximadamente 75% das vacinas contra a Covid aplicadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).