Polícia

09/05/2021 13:47

‘Preferia morrer a enterrar um filho’, diz mãe de vítima de operação no Jacarezinho

O cenário é de luto e tristeza na favela

09/05/2021 às 13:47 | Atualizado 09/05/2021 às 11:52 Dany Nascimento com Isto É
Muro com marcas de tiro na favela do Jacarezinho, no Rio - Isto É

A favela do Jacarezinho tem um Dia das Mães de luto, após a operação policial mais letal da história do estado, que deixou 28 mortos ontem (8). 

O site Uol entrou em contato com a mãe de Marlon Santana, 23 anos, morto na operação, para falar sobre o episódio.

“Meu filho me ligou às 8h e eu perguntei onde ele estava, para gente ir para lá ajudar. Tinha muito jovem sendo coagido, e a gente ia para lá, as mães, para poder tirar e levarem eles presos. Mãe nenhuma cria filho para ser bandido, eu não criei. Quando meu filho foi para se entregar, no Beco do Caboclo, junto com outros, mataram todo mundo. Foi a hora que meu filho parou de falar comigo”, afirmou.

Ela diz que ficou no beco esperando o jovem sair, mas ele não saiu com vida.

“Eu fui até lá, tinha quatro coagidos. Falaram que meu filho estava na casa. Fiquei no beco esperando meu filho sair, mas ele não saiu. Meu filho não vai voltar mais. Isso não foi operação, foi uma chacina. Isso vai ficar impune? Essas mães todas chorando vai ficar impune? A gente não cria filho pra ser bandido, não”, continuou.