29/04/2021 19:00
'Fla x Flu': deputado de MS compara debate sobre covid com partida de futebol
Deputado destacou que discussão sobre a doença entra em questões ideológicas
O deputado federal Luiz Ovando (PSL-MS) afirmou que a covid-19 enfrenta disputa ideológica no Brasil, tipo “Fla-Flu”, que está matando milhares de pessoas.
A declaração foi feita nesta quarta-feira (28), durante live realizada pela Câmara Municipal de Campo Grande, sobre tratamentos da Covid-19.
A live teve a participação da médica cardiologista Emmanuela Nunes Costa. O debate foi mediado pelo vereador Sandro Benites (Patriota).
“Milhares de pessoas estão morrendo porque a elas tem sido negado o tratamento no início da doença por uma disputa ideológica idiota e genocida”, afirmou o parlamentar.
Ovando é um dos principais defensores do tratamento imediato a pacientes contaminados pela Covid-19.
Ele critica os especialistas de gabinete, aqueles que, segundo ele, nunca estiveram na linha de frente no combate de qualquer doença, mas que têm tido espaço na grande mídia para dar orientações à população sobre a pandemia.
“São esses que estão ditando regras de combate a Covid-19 no Brasil. São os mesmos que negam o uso de remédios reposicionados há mais de 50 anos, como a cloroquina e hidroxicloroquina, drogas com poder antiviral eficaz”, apontou, mesmo após declarações da OMS (Organização Mundial de Saúde) contra o uso destes medicamentos.
Cardiologista e intensivista, o deputado diz que o país deixou a inteligência e racionalidade de lado, dando lugar a uma disputa ideológica “imbecil”, que tem causado prejuízos ao enfrentamento da pandemia.
“Se você tem outro posicionamento ideológico, é de outro partido e defende uso de determinado remédio ou formas de tratamento, sou contra. Isso é o que tem acontecido. E muitos estão morrendo por conta dessa imbecilidade ideológica e política”, argumenta.
O deputado, no entanto, desconsidera que os próprios fornecedores deram recomendações contrárias ao uso da ivermectina e cloroquina no tratamento precoce da covid-19. Também ignora dados da Anvisa, que apontam o aumento de casos de hepatite medicamentosa em pacientes saudáveis, pelo uso indiscriminado de remédios sem prescrição médica.