Política

19/03/2021 17:00

Após morte de Major Olímpio, Simone Tebet engrossa coro por abertura de CPI

Senadora quer investigação nas ações do Governo Federal no combate à pandemia

19/03/2021 às 17:00 | Atualizado 19/03/2021 às 12:35 Vinicius Costa
Pedido de CPI de Simone acontece um dia após a morte do senador Major Olímpio - Divulgação/Simone Tebet/Senado Federal

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), nesta sexta-feira (19), engrossou o coro de outros parlamentares para a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19, para investigar as ações do Governo Federal no combate a pandemia.

"Precisamos soltar o grito de indignação que nunca lhe faltava. Vacina, auxílio emergencial e CPI já", disse a senadora, em notícia veiculada na coluna do jornal Estadão.

A senadora publicou uma carta aberta para a população explicando pelo seu pedido e que a instalação da CPI da pandemia "surge no horizonte do momento como um instrumento de pressão para que o governo aja com rapidez, coordenação e vontade".

A sul-mato-grossense criticou toda a situação e pontuou que o país mergulhou na "cratera do não", expondo a falta de coordenação, falta de plano e a não compaixão. "Faltam leitos, falta oxigênio, falta caixão. Faltam remédios para a dor".

Simone disse que uma moção de apelo por ajuda internacional está sendo elaborada pela CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado. Mas que todos as ações não estão sendo suficientes e pede maior participação de Jair Bolsonaro.

"Ou o presidente Bolsonaro se dirige à Nação e demonstra, diante de todos os brasileiros, plena consciência sobre a gravidade da situação e apresenta, ao lado do Ministro da Saúde, um plano nacional de  execução urgente para enfrentamento à pandemia,  ou  permaneceremos, todos, no caos".

CPI da Covid

O pedido é feito no dia seguinte a morte do senador Major Olímpio, que faleceu na tarde desta quinta-feira (18) em decorrência de complicações do coronavírus. A sul-mato-grossense prestou homenagem ao companheiro de casa nas redes sociais e lamentou "uma despedida sem abraços, nem acenos de mão".

"Meu último encontro com o Major Olímpio foi num aeroporto. Gostaria que ele perdesse o voo de agora. Que ele estivesse chegando, não partindo. Ele, e 285 mil brasileiros,  que também se foram, numa despedida sem abraços, nem acenos de mão".

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também reagiu aos comentários para a instauração da CPI e, para a Folha de S. Paulo, destacou que percebeu uma mudança de clima no Senado Federal, mas enfatizou que o momento agora é ter as atenções voltadas para as vacinas.

"Qualquer análise diante das circunstâncias e dos fatos ocorridos, principalmente com a morte de um senador da República por Covid-19, remete ao aumento da temperatura e da tensão dentro do Congresso Nacional. Isso é indiscutível e, com certeza, as cargas vão se voltar para poder se instalar essa CPI", disse.

Trad ainda reiterou que o brasileiro quer soluções e respostas sobre vacina. "É o único remédio consolador que irá ser um bálsamo nessa dor, nessa ferida", completou.

De acordo com a Folha de S. Paulo, senadores pressionam o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para criar a comissão para investigar ações e omissões do governo federal para combater a pandemia da covid-19.

Além da morte Major Olímpio, os senadores José Maranhão (MDB-PB) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ) também foram vítimas da doença, mortos em fevereiro e outubro do ano passado, respectivamente.