Política

09/03/2021 11:50

Pedra no sapato de Bolsonaro é vacina ao invés de Lula, avaliam interlocutores

Já que não quer usar máscaras e nem parar com as aglomerações, a proposta é para que o presidente tome a vacina publicamente, sinalizando apoio à medida

09/03/2021 às 11:50 | Atualizado 09/03/2021 às 10:03 Diana Christie
Bolsonaro é oposição de si mesmo, avaliam interlocutores - Alan Santos/PR

Parece que a decisão favorável ao ex-presidente Lula, que se livrou das condenações no âmbito da Lava Jato, não preocupa tanto assim os interlocutores do Palácio do Planalto. A verdadeira pedra no sapato é a gestão da pandemia da covid-19, especialmente a demora na vacinação.

É o que disseram fontes ouvidas por Valdo Cruz, comentarista de política e economia da GloboNews. "Se o presidente não resolver o problema da falta de vacinas, a crise sanitária vai se agravar ainda mais e, aí, Bolsonaro não perde para Lula ou qualquer outro candidato, perde para ele mesmo", apontou um interlocutor presidencial.

A ficha sobre a extensão da crise caiu, inclusive para o presidente. De acordo com um auxiliar de Bolsonaro, a equipe mais próxima do governo já tinha essa avaliação, mas agora o próprio chefe “acordou” de vez. O problema é que ele resiste a mudar sua posição em relação ao uso de máscara e distanciamento social.

"Estamos num momento gravíssimo. Vamos focar nas vacinas, e não no debate eleitoral. Não adianta ficar falando de Lula de volta ao páreo, porque o governo tem problemas maiores para resolver agora. Se não forem resolvidos, o presidente não chega competitivo em 2022", acrescentou ao blog outro interlocutor de Bolsonaro.

Já que não quer usar máscaras e nem parar com as aglomerações, a proposta é para que o presidente tome a vacina publicamente, sinalizando apoio à medida. Ele também deve mudar de postura sobre a compra dos imunizantes, e começar a oferecer as vacinas com mais agilidade para a população.