Política

26/02/2021 13:15

Bolsonaro usa pesquisa distorcida para criticar uso de máscaras

Presidente citou "estudo de universidade alemã" para desestimular uso de acessório

26/02/2021 às 13:15 | Atualizado 26/02/2021 às 11:54 Rayani Santa Cruz
Presidente Jair Bolsonaro - Carolina Antunes/ PR

O presidente Jair Bolsonaro usou sua live de quinta-feira (26) para desestimular o uso de máscaras contra a covid-19. As informações são do DW.

No mesmo dia em que o Brasil registrou a segunda pior marca de mortes pela doença em 24 horas, o presidente mencionou uma "universidade alemã" que teria apontado num "estudo" que máscaras são "prejudiciais a crianças".

"Começam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras", disse Bolsonaro. "Uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças. Leva em conta diversos itens: irritabilidade, dores de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa em ir para a escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem e fadiga", completou o presidente.

Conforme o site, ao contrário do que disse o presidente, nenhuma universidade alemã elaborou qualquer estudo que chegou a essa conclusão. Na realidade, Bolsonaro citou os resultados de uma pouco rigorosa enquete online realizada por cinco pesquisadores da Universidade de Witten/Herdecke, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália. O objetivo dos pesquisadores era formar um banco de dados para coletar relatos sobre o uso de máscaras em crianças.