26/02/2021 11:00
Motoristas de aplicativo paralisam atividades dia 17 de março e imploram por melhorias
Condutores alegam que estão sem reajuste desde 2016
Os motoristas de aplicativo de Campo Grande devem aderir uma paralisação no dia 17 de março, para reivindicar melhores na plataforma e melhorar o lucro financeiro dos trabalhadores.
De acordo com Alfredo Orlando Machado Palhano, 35 anos, que atua como motorista de aplicativo há dois anos, a intenção é chamar a atenção para três pontos que dificultam o desempenho do serviço prestado.
“As reivindicações são características de cada cidade, a nossa aqui, é baseada em três exigências: a primeira é o fim da modalidade Uber Promo e 99 polpa, implantadas desde o final do ano passado, as plataformas criaram essa modalidade e reduziram o valor das corridas para os passageiros, mas essa redução afetou diretamente o pagamento dos motoristas. Ao invés da empresa arcar com a redução que ofereceu, ela repassou o desconto para o condutor”, diz o trabalhador.
“A composição valor da corrida do passageiro é km, mais tempo de viagem, mais porcentagem que a plataforma cobra para agenciar a corrida, intermediando entre passageiro e motorista, geralmente fica em 35%. Desde novembro, eles reduziram o repasse do motorista e detalhe, pegaram essa redução e tiraram dos trabalhadores".
"Uma coisa que tem que ficar clara, não queremos que aumente o valor para o usuário, queremos que a empresa deixe de ganhar tanto e passe a entender o lado do trabalhador. A empresa tirou dos trabalhadores, antes o motorista ganhava 1,25 por km rodado, que é a composição tempo e distância percorrida, hoje estamos ganhando, 0,85 por km rodado", complementa.
Segundo explica, houve redução de 39% no valor repassado ao motorista.
"Só no combustível, nos últimos meses, tivemos aumento de mais de 30%. Hoje, a média que motorista roda é de 6 mil km mês. Nessa modalidade promo e polpa, o motorista paga, tirando custo de combustível, carro, seguro veicular, ainda gasta mais 60 reais”, explica o condutor.
Outro ponto importante, segundo o trabalhador, é a questão do reajuste.
“Precisamos de reajuste, já estamos há cinco anos, desde 2016 operando em Campo grande, sem reajuste. Já teve reajuste para passageiros em algumas situações, pagam a mais, mas isso não chega para motorista, recebemos 11 centavos por minuto rodado, mesmo valor desde o início”.
Além disso, o motorista destaca o valor alto do combustível. “Esse terceiro ponto envolve toda a sociedade, que é a redução do combustível”.
“Quando falamos de reajuste do valor, a sociedade acha que queremos prejudicar a sociedade, queremos que as empresas façam repasse justo”, finaliza o trabalhador.