15/02/2021 17:17
Prefeituras afastam profissionais que aplicaram 'falsa vacinação' em idosos
Ato de desonestidade e covardia pode render até 12 anos de prisão
Prefeituras de Niterói e Petrópolis, no Rio de Janeiro, afastaram servidores suspeitos de simular vacinação contra a covid-19 em idosos. Imagens comprovam que o líquido não foi injetado no corpo de alguns cidadãos do grupo prioritário.
Em Niterói, uma gravação mostra o momento que uma técnica de enfermagem espeta a agulha no braço de um morador, mas retira sem injetar o imunizante. Esse caso ocorreu na sexta-feira (12), no drive-thru do campus da UFF.
Conforme o UOL, a profissional já foi identificada e afastada. A Secretaria de Saúde informou que o fato é apurado e que medidas cabíveis serão tomadas.
Ainda segundo o órgão, além da auditoria que já ocorre diariamente no local de vacinação, uma nova inspeção foi feita e ficou constatado que "apenas uma seringa foi descartada com líquido’’.
A Secretaria também informou que a família do idoso foi procurada e ele recebeu a vacinação corretamente.
Petrópolis
Na região serrana do Rio, uma idosa de 94 anos recebeu uma ‘’injeção de ar’’, em vez da dose da vacina, em Petrópolis. Vídeo feito por familiares mostra a profissional inserindo a seringa vazia no momento da aplicação. O caso, segue o UOL, também ocorreu na sexta-feira, em um posto de vacinação montado no campus de uma universidade da cidade.
A idosa voltou ao posto no dia seguinte e foi devidamente vacinada, já a técnica de enfermagem responsável pela aplicação foi afastada e será ouvida ainda hoje em um procedimento interno
O caso também foi filmado. No vídeo, é possível ver a profissional tentando tirar a proteção da agulha da seringa. Após ser aconselhada por um familiar da idosa a trocar a seringa, a técnica foi à tenda, pegou outra seringa e, sem a dose, "aplicou" a vacina.
Fora as apurações administrativas, a Polícia Civil do RJ também abriu investigação para apurar os dois casos e outros que são denunciados.
"Se as investigações confirmarem que houve desvio de dose, ou qualquer outra irregularidade, o profissional de saúde poderá ser autuado pelo crime de peculato, que tem penas que podem chegar até a 12 anos de reclusão’’.