15/02/2021 13:30
Família autorizou, mas órgãos de morta após usar tinta de cabelo não podem ser doados
Em Goiás, secreção purulenta e trombose impediram médicos de captarem rins, coração, pulmão e fígado
Os órgãos da auxiliar administrativa Karine de Oliveira Souza, de 34 anos, não foram captados. Ela morreu em Goiás após reação alérgica grave a tinta de cabelo e esse mesmo fato impediu que médicos de realizarem captação de órgãos dela para doação, na madrugada desta segunda-feira (15).
Conforme o Metrópoles, ela estava internada em estado gravíssimo na unidade de terapia intensiva (UTI) da Santa Casa de Catalão, a 260 quilômetros de Goiânia.
Os médicos fariam a retirada de coração, pulmão, rins e fígado da mulher, que teve morte encefálica confirmada, pela Santa Casa, às 17h20 sábado (13), três dias após ser internada no hospital.
Porém, a Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO) informou que os médicos encontraram muita secreção purulenta na região da cavidade abdominal e trombose no intestino, logo após iniciarem a cirurgia.
Complicações não identificadas
As complicações no organismo de Karine, segundo as fontes, não foram identificadas em exames realizados antes do procedimento de captação de órgãos, que teve início às 2h30 e foi finalizado às 3h desta segunda, na Santa Casa.
A previsão era de que os rins de Karine fossem transplantados em dois pacientes de Goiânia. Outras duas pessoas de São Paulo receberiam pulmão e coração, cada uma, e o fígado seria destinado a um paciente de Minas Gerais.
O hospital não informou a marca da tinta de cabelo, mas o portal apurou que é um produto importado. Médicos já haviam proibido a mulher de usar tinta no cabelo, já que antes ela foi diagnosticada com alergia grave a qualquer produto capilar.
O corpo da auxiliar administrativa está no Instituto Médico Legal (IML) de Catalão. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento.