Economia

03/02/2021 11:00

Com gasolina valendo ouro, Mato Grosso do Sul aumenta consumo de etanol

Governo atribui mudança aos incentivos fiscais; sindicato destaca aumento dos preços e pandemia

03/02/2021 às 11:00 | Atualizado 03/02/2021 às 15:01 Diana Christie
André de Abreu

Com o preço da gasolina nas alturas, Mato Grosso do Sul teve aumento de 31% no consumo de etanol em 2020, em comparação ao ano anterior, chegando a 144 milhões de litros. O cenário é bem diferente de outros estados. São Paulo, por exemplo, teve redução de 13,15% nas vendas no ano passado.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) atribui essa mudança de comportamento do sul-mato-grossense à proposta, aprovada em 2019, que reduziu a alíquota do ICMS do etanol de 25% para 20%.

“Fizemos a redução de etanol, pois queremos ampliar a venda do etanol - que já chegou a representar 27% do consumo de combustível em Mato Grosso do Sul. Lembramos que Mato Grosso do Sul é produtor de álcool e não de combustíveis fósseis, como diesel e gasolina”, descreveu o governador.

Já o diretor-executivo do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, avalia que a saída da gasolina para o etanol ocorreu ao longo da pandemia do novo coronavírus, em função do preço.

“Teve consecutivos aumentos da gasolina a partir de junho, o que fez crescer a demanda no uso do etanol, até porque para o consumidor o que vale é o preço. Este cenário é positivo ao Estado que conta com 19 usinas (etanol), inclusive é exportador do produto, que é limpo e não agride a natureza”, pontuou.

Segundo o Sinpetro, Mato Grosso do Sul teve o consumo de 144.002.000 (milhões) de litros de etanol em 2020, contra 102.153.000 (litros) de 2019, o que representa aumento de 31,14%. Já a gasolina reduziu as vendas em 5,4%, despencando de 736.866.000 (litros) em 2019 para 696.962.000 no ano passado (2020).

Usina de álcool em MS

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Produção, Jaime Verruck, reforça o impacto da pandemia no uso de combustível nos meses de março, abril e maio, mas destaca que as vendas voltaram ao patamar anterior, em junho e agosto, e depois cresceram até dezembro.

“Com o crescimento permanente do preço da gasolina, em função do câmbio e mercado internacional, além da carga tributária menor ao etanol, culminou neste crescimento”. Ele ainda frisou que no etanol hidratado, que aquele que mistura na gasolina, o crescimento foi de 17%. “Nossa política fiscal está dando resultados positivos”.