01/02/2021 21:28
No Dia da Saudade, Carla e Eliane são lembradas para não serem só estatísticas do feminicídio
Ato foi organizado por blog que reflete e combate a violência contra a mulher
As vidas de Eliane Siolin e Carla Jaqueline foram lembradas em um ato simbólico, no dia em que foi celebrado o Dia da Saudade, 30 de janeiro. A ideia é mostrar que essas vítimas tem história e não podem virar apenas números nas estatísticas do feminicídio.
Conforme o Blog Mulheres Inumeráveis, administrado pela jornalista Giselli Figueiredo, o ato de levantar cartazes com frases contra a violência de gênero é para que todas as vítimas, seja de agressão física ou psicológica, quebrem o ciclo de sofrimento e que sobrevivam aos seus agressores.
‘’O feminicídio é a última instância de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como destruição da identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo...’’, escreveu Figueiredo.
Giselli e duas amigas se vestiram de branco e foram para a frente de uma igreja fazer um registro em foto do ato, na cidade de Aquidauana.
O reconhecimento de Giselli e das amigas foi para Eliane Siolin, 34 anos. Ela foi brutalmente assassinada com 16 tiros pelo marido, em um distrito de Ponta Porã, em dia 24 de janeiro. A jornalista destacou que o homem se matou após assassinar a esposa e fez de Eliane a primeira vítima de feminicídio de 2021 em MS.
‘’Também não me esqueci de Carla Jaqueline, 40 anos, técnica de enfermagem, mãe de 5 filhos que também foi assassinada no auge de sua carreira, por um motorista bêbado, que estava fugindo da Polícia Militar, também na noite do dia 24 de janeiro.
Ainda segundo Giselli, o algoz de Carla já tem dois homicídios em sua ficha policial, além de quase 40 passagens.
‘’Ele segue preso, só não sei até quando’’, lamenta a jornalista.
‘’Nossa homenagem foi silenciosa... colocamos sementes de flores em balões brancos e soltamos em frente à Igreja Matriz de Aquidauana, reverenciando essas duas mulheres que tiveram suas vidas ceifadas brutalmente e suas famílias que convivem hoje com a dor da ausência e compartilham desse sentimento, com a esperança de que teremos dias melhores... Mulheres não precisam morrer para que descansem em paz... Quem ama liberta!’’, trouxe mensagem do blog.