Campo Grande

29/01/2021 16:35

Suspeito de golpe de R$ 75 mil, advogado faz 'proposta indecente' e Asilo São João Bosco diz não

R.A.N.P.S. tem, ao menos, oito processos por apropriação indébita e estelionato

29/01/2021 às 16:35 | Atualizado 09/02/2024 às 11:35 Thiago de Souza e Mariana Rodrigues
Wesley Ortiz

O advogado R.A.N.P.S., acusado de golpe de R$ 75 mil no Asilo São João Bosco, propôs devolver apenas R$ 50 mil, o que foi prontamente negado pela instituição. 

A informação foi revelada na tarde desta sexta-feira (29), em entrevista coletiva, concedida pela direção do Asilo e pelo novo advogado da instituição. 

A novidade no caso é que R.A.N.P.S. procurou a instituição na manhã desta sexta-feira, um dia após reportagem do TopMídiaNews. Ele alega que o Asilo lhe devia um montante de R$ 90 mil. Porém, a instituição garante que só deve a ele valor de cerca de sete salários mínimos, referentes aos salários de janeiro (parte já foi paga) e fevereiro de 2020. 

Crimes

Conforme revelado pelo TopMídiaNews, com base em uma ação judicial, R.A.N.P.S. era assessor jurídico do lar de idosos e fora contratado para ajudar a desbloquear R$ 50.394, 52, que foram retidos por ordem da Justiça do Trabalho. No entanto, diz o processo, o suspeito disse à diretoria da instituição que a Justiça só havia liberado R$ 15 mil e depositou somente esse valor, no dia 24 de julho de 2019. O contrato de R. com a Instituição não prevê que ele retenha valores.

Inconformada com a justificativa de R., a diretoria do asilo foi diretamente à Justiça do Trabalho e constatou que o juízo liberou o valor de R$ 50.394,53 e não apenas os 15 mil reais dito pelo advogado. 

Ainda segundo o processo, o Asilo só teve a conta bloqueada porque R., que era o advogado trabalhista da entidade, não pagou os acordos trabalhistas firmados com outras partes de forma correta. O acordo trabalhista dizia que o asilo deveria pagar parcelas de R$ 19 mil diretamente nos autos, sendo que R. deveria realizar o depósito judicial desse valor. Porém, segue a ação, o advogado não fez o depósito judicial e ainda pagou parcela de um acordo com outra parte, de forma extrajudicial. Por isso, sem constar nos autos, o asilo teve a conta retida. 

Mais golpe

Ainda conforme narrado pelo asilo, houve uma outra situação envolvendo R.. A instituição havia recebido R$ 100 mil de uma mulher, deixado por testamento, porém, o montante de R$ 59.693,67 foi usado para abater uma dívida de natureza alimentar, na Justiça do Trabalho, restando R$ 40.306,33, que foram sacados por R., mas não repassados para o asilo. 

O espaço está aberto ao advogado R. para as manifestações que entender necessárias. 

 

* Matéria editada às 11h35 de 9/2/24 para supressão do nome do investigado em atendimento a pedido da defesa com base no princípio do direito ao esquecimento.