12/01/2021 16:22
Mãe denuncia perda da guarda dos filhos para ex com passagens por violência doméstica
Ex-marido contesta as acusações e diz que sempre teve a guarda das crianças
Cabelereira de 36 anos usou as redes sociais para denunciar a perda da guarda dos filhos de 5 e 3 anos para o ex-marido, pai das crianças, com quem vivia um relacionamento cheio de ameaças, agressões físicas e verbais, conforme declarações feitas pela vítima. Eles ficaram juntos por cinco anos e há quatro estão separados.
Na postagem a mulher conta que se separou há quatro anos, quando ainda estava grávida. “Vivia em um relacionamento abusivo, sofria agressão física, verbal e psicológica, era ameaçada, perseguida e humilhada na frente de qualquer pessoa”, relata.
O pai das crianças, bacharel em direito de 49 anos, não aceitava o fim do relacionamento e nem que a ex-mulher se relacionasse com outra pessoa, isso mesmo após quatro anos separados, conforme a vítima relata na publicação.
“Mesmo grávida de cinco meses na época, decidi me separar devido às condições abusivas que vivia. E por não aceitar a separação, agressor pegou minha filha que tinha apenas um ano e 10 meses, e sumiu com ela por 10 dias, quase enlouqueci, cheguei a entrar com síndrome do pânico”, desabafa.
A cabeleireira conta que seu ex-marido, mesmo após a separação, continuou a persegui-la e chegou a invadir sua casa várias vezes. “Jurava me matar, me xingava de tudo na frente dos meus filhos, mesmo com medida protetiva, e por tantos descumprimentos, ele acabou cumprindo medida cautelar, ficando em regime fechado por um tempo, depois teve que usar um dispositivo eletrônico por 90 dias”, relata.
A mulher conta ainda que registrou boletim de ocorrência contra o ex-marido em 2015, porém, em 2010 ele já tinha passagem por violência doméstica registrada por outro relacionamento. “Desde o dia 17/12/2020 saiu uma medida cautelar para ele colocar um dispositivo eletrônico, por conta de mais alguns descumprimentos de distanciamento”. A vítima conta que possuí 10 boletins de ocorrência registrados contra ele por violência doméstica.
“Em outubro do ano passado, quando o agressor foi pegar o menor (filho) de 3 anos comigo, desceu do carro com um punhal, canivete ou faca (não consegui identificar ao certo), tentou matar meu atual companheiro com golpes na cabeça e no rosto. Foi tudo muito rápido. Eu com o meu pequeno no colo, levei vários empurrões tentando segurar o agressor, mesmo com a criança no colo ele não se intimidou. Fizemos boletim de ocorrência na DEAM e na Depac Centro, também foi feito corpo de delito no IMOL”, conta.
De acordo com a vítima, desde esse episódio, em outubro, o ex-marido não a deixa ter contato com as crianças, já que tinham guarda compartilhada. “Entrei pela Defensoria com busca e apreensão das crianças, a juíza pediu uma audiência de justificação, pois ele estava descumprindo a decisão da juíza, mas não teve nenhuma punição”.
A mãe das crianças acredita que, por ter dito na audiência que “será que para ter paz teria que ir embora daqui”, possa ter sido o ponto principal para a juíza dar a guarda para o ex-marido. “Quando terminei de falar isso a juíza deu a guarda unilateral provisória para ele, dizendo que eu poderia ir embora com as crianças”. Ficou definido que a mãe teria visita, tendo que ir buscar as crianças, na casa da avó paterna.
Em contato com o pai das crianças, o bacharel em direito de 49 anos afirma que os boletins de ocorrência existem, são antigos e não tem conhecimento de todos. Ele relata que o vídeo que foi gravado e divulgado pela ex-mulher se trata de um cumprimento do descumprimento de medida judicial, pois ele tem a guarda das crianças desde o ano passado.
Segundo ele, a ex-mulher foi buscar os filhos e “sumiu com eles, por isso que precisou ir o oficial de justiça juntamente com os militares buscar as crianças”. Segundo ele explicou, os filhos sempre moraram com ele.
O pai das crianças também contou que há boletins de ocorrência contra a ex-mulher por ela ter ameaçado de morte ele, a mãe dele e a irmã. O processo corre em segredo de justiça “Inclusive a justiça me deu a guarda das crianças para preservá-los”, finaliza.