Interior

07/01/2021 17:00

Ao denunciar malfeitos de capitão, PMs expõem punição disfarçada de transferência em Bonito

Eles sequer foram ouvidos na sindicância interna e tiveram de cumprir punição prévia

07/01/2021 às 17:00 | Atualizado 07/01/2021 às 17:07 Thiago de Souza
Repórter Top

Policiais militares de patentes mais baixas denunciam perseguições e transferências de cidade onde atuavam, depois que o comando da Polícia Militar em Bonito teria descoberto que eles é que denunciaram uso da corporação para serviços particulares, cometidos por um capitão da PM, em Bonito e Bodoquena. Ao final da matéria, veja um vídeo com uma das provas coletadas pelos militares. 

Segundo a denúncia, a investigação interna por prevaricação seria uma fachada para ocultar o real motivo da perseguição, que foram denúncias feitas a própria Polícia Militar e ao Ministério Público na cidade turística, uma delas em setembro de 2020.

Os maus feitos do oficial da PM já foram notícia aqui no TopMídiaNews (clique aqui) e dão conta que o capitão retira policiais e viaturas de serviço para fins particulares, como entregar ou pegar cheques pessoais, documentos de carro, serviços contábeis e até buscar marmitex. 

Os praças, como são conhecidos os policiais de patentes menores, coletaram farta documentação com áudio, vídeo e documentos, mas que a corporação em Bonito teve acesso ao ser notificada a apurar o caso pela Corregedoria da PM em Campo Grande. 

‘’Logo que descobriram, fui transferido para Porto Murtinho, não fui ouvido na sindicância’’, lamenta um policial. Segundo ele outros três foram enviados para Aquidauana e dois para Jardim. 

Inocência

O mesmo policial diz ser investigado por prevaricação, em razão de não ter avisado seus superiores da ocorrência em que o tenente Leonel foi flagrado em vídeo espancando uma mulher algemada e sentada, em uma sala de batalhão da PM.

A agressão ocorreu em agosto de 2020 e repercutiu nacionalmente. 

‘’Eu comuniquei minha superiora imediata, que é uma tenente. Tenho prints que mostram minhas ligações e mensagens de WhatsApp, mas ela não me atendeu. Ela nunca me retornou’’, garantiu o praça, que enviou as capturas de tela para o site. 

Ainda segundo o PM, que está de licença por abalo emocional, ele não poderia ter acionado outros oficiais, porque incorreria no crime de ‘’quebra de comando’’. Assim teria ocorrido com os demais policiais que estavam de serviço. Apenas a policial que conteve o tenente Leonel na hora das agressões não foi investigada. 

O Comando-Geral da PMMS já havia respondido ao TopMídiaNews que todas as denúncias contra o capitão e a tenente estavam em apuração. Procuramos o Comando novamente para essa nova denúncia, mas ainda não tivemos resposta.