26/12/2020 13:44
“Estão matando nossos velhinhos”, diz Resende sobre aumento de mortes em MS
Ele afirma que o governo está fazendo a sua parte, mas que a população não colabora
Desde o dia 16 de março, osecretário de Saúde, Geraldo Resende, e a adjunta, Dra. Christinne Maymone, lidam com os números da Covid-19, decisões importantes da pasta e falam diretamente com a população através das câmeras.
A preocupação dos dois é imensa. Ele em tom incisivo e ela mais conciliadora, ambos cumprindo com toda dignidade a missão de transmitir segurança à milhares de pessoas que acompanham os Boletins Covid-19.
Com números de contágio nos altíssimos patamares de 1,15% e taxa de mortalidade em 1,7%, o secretário fez um desabafo: “as pessoas não valorizam a vida. Nem a delas nem a dos outros”, e ainda soltou um palavrão imitando o que ele diz ser a reação dos jovens diante desta crise sem precedentes.
“Estão matando nossos velhinhos”, diz Dr. Geraldo, que já perdeu vários amigos, colegas, parentes internados e ainda tem uma imensa preocupação: a mãe de 95 anos, dona Hermenegilda, que mora em Dourados. Com os abraços interrompidos, para protege-la de eventual contaminação, ele conta como são os momentos de visita tendo que manter o distanciamento. “Quando vou vê-la fico de longe escutando ela chorar”, revela.
Indignado com o que ele chama de “desobediência e descompromisso” de quem não segue as regras de distanciamento, máscaras e cuidados essenciais, o secretário diz que está faltando empatia às pessoas. “O Governo do Estado está cumprindo o seu papel mas a população não ajuda”, reclama.
A epidemia, segundo ele, ainda é muito desconhecida e pegou o mundo inteiro sem saber claramente como lidar com ela. O avanço exponencial da segunda onda, por exemplo, de acordo com Dr. Geraldo, é algo atípico, para o verão onde as doenças respiratórias costumam se arrefecer. “Essa é uma época onde os casos de Dengue e Chikungunya aumentam”, explica.
Com a mudança de cenário e o agravamento do número de casos da Covid-19, o secretário teme o colapso da rede de hospitais. “Não temos leitos, não temos fisioterapeutas suficientes, precisamos contar com a consciência da população”, apela.