há 3 anos
Delegacia onde estão presos da Omertà tem Covid-19 descontrolada
Carceragem do 3ºDP, no Carandá Bosque, é onde ficam presos policiais investigados na operação
Conhecida como “cela especial” para policiais investigados por crimes, a 3ª Delegacia de Polícia Civil passará por desinfecção após servidores da unidade terem sido diagnosticados com Covid-19. De acordo com policiais que trabalham no local, já são seis servidores com resultado positivo e outros com suspeita. Um dos delegados da unidade também estaria infectado.
A carceragem da delegacia abriga policiais que são investigados, inclusive sendo lar temporário de envolvidos na Operação Omertà, que apura o jogo do bicho e esquadrão da morte em Mato Grosso do Sul.
O alerta da Covid-19 começou na sexta-feira. Na segunda-feira, o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Mato Grosso do Sul) vistoriou a delegacia e constatou a situação. A DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil) irá providenciar a desinfecção e testagem de todos os 32 policiais lotados no local. Há cinco custodiados na carceragem da delegacia.
“(Após a vistoria) comunicamos a Delegacia-Geral da Polícia Civil imediatamente para solicitar as providências sanitárias para resguardar os policiais e também a população que busca atendimento na delegacia”, informou o presidente do sindicato, Giancarlo Côrrea Miranda.
No Estado, há registros de policiais mortos pela Covid-19, como o delegado aposentado Edmir Camarini; o sargento da PM Malk Pereira e o coronel da PM Carlos Alberto Paes de Arruda. Os profissionais de Segurança Pública estão na linha de frente e expostos à contaminação.
(Giancarlo, do Sinpol / imagem: divulgação)
CARCERAGEM
A carceragem da 3º DP é onde os policiais que são investigados aguardam pelo julgamento ou liberdade. Passaram por lá vários investigados na Operação Omertá, como o delegado da Polícia Civil Márcio Shiro Obara, preso por suspeita de receber R$ 100 mil como propina para ocultar provas de um homicídio envolvendo o Jogo do Bicho e não envolver o esquadrão da morte de pistoleiros investigado pelo Gaeco e Garras.
Os delegados Fernando Araújo da Cruz Júnior, envolvido em homicídio em Corumbá ( teria ferido um desafeto a facadas e depois perseguiu a ambulância que o socorria e executado o homem), e Éder Oliveira de Moraes, investigado por sumir com mais de cem quilos de cocaína da delegacia de Aquidauana, também são hóspedes famosos da carceragem.
Ainda dá Omertá, os investigadores da Polícia Civil Elvis Camargo de Lima e Frederico Maldonado de Arruda, que são investigados por fazer parte da organização criminosa liderada por Jamil Name. Outro policial que está na carceragem é o agente da Polícia Federal Everaldo Monteiro de Assis, o “Jabá”, investigado por fornecer dossiês para a organização criminosa.
De acordo com a DGPC, "a testagem de todos os servidores da 3ª DP Campo Grande já foi agendada e está sendo realizada conforme disponibilidade das unidades que realizam os testes em Campo Grande".