24/11/2020 07:00
Adianta? Ministra fala em produção recorde de grãos, mas óleo e arroz viram 'coisas de rico'
Até o momento, auxílio emergencial amenizou a alta. E depois?
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do DEM, anunciou uma grande produção de grãos, entre elas soja e feijão, na safra deste ano. No entanto, isso não significa que o preço dos produtos – que são essenciais – vão cair nas prateleiras dos mercados.
‘’A produção de soja deve alcançar 135 milhões de toneladas, confirmando o país como o maior produtor mundial... A produção de feijão, somando-se as três safras, a estimativa é de 3,1 milhões de toneladas’’, escreveu Cristina no Facebook ao se referir aos dados apresentados pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab.
Porém, conforme apontado por especialistas, a alta nos preços em meados deste ano não teve a ver com uma quebra de safra. Segundo eles, o maior consumo interno durante a pandemia e a cotação do dólar - quase R$ 6 - fizeram os preços ao consumidor subirem até 50%. Neste caso, os produtores venderam a maior parte da produção para o mercado externo, reduzindo a oferta interna e, como consequências subindo os preços.
Arroz chegou a quase 25 reais durante o mês de agosto. (Repórter Top)
Em relação ao óleo de soja, cujo preço médio era de cerca de R$ 4,49 nos atacados de Campo Grande, pelo menos até agosto, o valor saltou para R$ 6,90. Nos supermercados, sobretudo os de bairros, o produto chega a custar R$ 8,00.
O arroz, depois da disparada de R$ 14 para R$ 21, teve o preço estagnado. Ainda não se sabe se é efeito de medidas do governo federal, entre elas a de zerar a tarifa de importação do produto.
Entre elogios e críticas, a postagem da ministra alcançou 83 comentários e 198 compartilhamentos.
‘’O Agro é nosso’’, elogiou um dos internautas. Outro destacou que os produtores rurais são os que estão segurando a economia do país.
No entanto, vários usuários do Facebook alertaram a ministra, que é sul-mato-grossense, ‘’que a realidade não é bem assim’’.
‘’Nem parece que somos tudo isso, pelo preço que o brasileiro paga para conseguir colocar óleo e feijão na mesa. No seu estado, ministra, o óleo de soja no Atacadão está 6,89 o litro. Feijão 9 reais o quilo. Imagina no interior do estado’’, observou o leitor.
Uma mulher fez coro às críticas dos internautas.
‘’Manda tudo pra fora, vendem das portas dos nossos galpões e nos compram custando o olho da cara. [Estão] fazendo mídia em cima dos produtores rurais’’, desabafou.