12/11/2020 19:00
Reus: Fornari esteve envolvido em negociação de fazenda investigada na Lama Asfáltica
Justiça acredita que a fazenda poderia ser usada para a lavagem de dinheiro da quadrilha
O candidato a vice-prefeito de Rio Verde de Mato Grosso, Réus Fornari (DEM), esteve envolvido nas investigações da Lama Asfáltica, considerado o maior escândalo de corrupção da história de Mato Grosso do Sul.
Réus, que é vice na chapa de Zé de Oliveira (MDB), é próximo do ex-secretário de Estado de Obras, Edson Giroto, condenado a 9 anos, 10 meses e três dias de prisão em regime fechado pela Lama Asfáltica.
De acordo com as investigações, Réus e chegou a iniciar negociações para a compra de uma fazenda no município de Rio Verde de Mato Grosso que poderia ser utilizada para o esquema de lavagem de dinheiro da organização.
Em 2017, segundo depoimento do próprio Réus à Justiça, ele conversou com Flávio Scrocchio, cunhado de Giroto, sobre a compra de uma propriedade rural de Scrocchio em sociedade com Giroto.
Scrocchio foi condenado a sete anos, um mês e quinze dias de prisão por, de acordo com as investigações, organizar o esquema de ocultação de bens e simulação da origem de duas propriedades rurais avaliadas em R$ 7,63 milhões adquiridas com dinheiro desviado.
O negócio entre Réus e Scrocchio em Rio Verde de Mato Grosso ocorreria pela permuta em uma propriedade em Coxim, que era de Réus.
Apesar de negar o conhecimento da sociedade de Scrocchio e Giroto na fazenda de Rio Verde de Mato Grosso, Réus afirmou em depoimento que estranhou que o amigo Giroto não o procurou diretamente para realizar as negociações.
Questionado pelo Ministério Público Estadual, Réus afirmou que o negócio não foi finalizado por questões geográficas e, ainda em depoimento, disse que esteve por diversas vezes em reunião com Giroto, devido a proximidade que construíram na vida política.
Réus também serviu de testemunha de defesa na acusação da Lama Asfáltica contra Giroto. Apesar da defesa, o ex-secretário acabou condenado à prisão.
Operação Lama Asfáltica
Iniciada em 2015, a operação Lama Asfáltica apurou o desvio de recursos federais mediante a fraudes em licitação e superfaturamentos na realização de contratos com o Governo do Estado na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). A organização, formada por empresários e agentes públicos, é acusada de irregularidades em processos de pavimentação, limpeza urbana, serviços de informática e de gráfica.