19/10/2020 13:00
Mãe diz que não tem raiva e quer advogado no enterro do filho morto em acidente
Mãe destaca que, se fosse o contrário, o filho com certeza não teria fugido do local
Mãe do policial Luciano Abel de Carvalho, morto em acidente de trânsito na manhã desta segunda-feira (19), a professora Edeves Carvalho, 55 anos, quer o advogado Helder da Cunha Rodrigues no enterro do filho.
Edeves esteve na 3ª DP (Delegacia de Polícia) de Campo Grande, no bairro Carandá Bosque, na tentativa de conversar com o possível responsável pelo acidente. O advogado foi encaminhado ao local para prestar depoimento sobre o ocorrido.
“Eu soube, quando cheguei aqui na delegacia, que a pessoa que atropelou meu filho, que levou ele a óbito, estava dentro da delegacia, então eu implorei para ver ele, para falar com ele”, conta a mãe.
A professora diz que não sente raiva de Helder, mas precisa desse encontro. Ela não revela o que pretende falar ao autor, mas destaca que, se fosse o contrário, o filho com certeza não teria fugido do local e teria prestado socorro à vítima.
“Implorei à delegada, por favor, deixa eu ver quem matou meu filho. Eu queria falar com ele porque o que eu soube, e não posso afirmar porque não fui testemunha, é que ele atropelou, tentou fugir e não tem carteira. Eu queria falar com ele porque eu acredito que eu tenho esse direito”, enfatiza.
Edeves diz que gostaria que o advogado fosse ao velório do filho e pede para que ninguém toque em nenhum fio de cabelo de Helder. “Vida ninguém deve tirar de ninguém. Nem quem está na cadeia merece morte”.
Helder estava embriagado no momento do acidente - Foto: Reprodução/Facebook
O caso
Segundo o boletim de ocorrência, Helder dirigia um Chevrolet Cobalt pela Av. Ministro João Arinos, no sentido Leste Oeste, quando houve a batida com uma Yamaha XJ6, que trafegava pela Av Centaurea, no sentido Norte Sul.
Uma testemunha disse que Helder apresentava visível estado de embriaguez, se apresentou como advogado e, logo em seguida, fugiu sem prestar socorro à vítima.
A polícia encontrou o advogado em frente a Depac Cepol, vestido uma calça jeans e camiseta rosa claro, as mesmas características que a testemunha tinha repassado para a guarnição.
Policial perdeu a vida em acidente - Foto: Reprodução/Facebook
Helder negou participação no acidente e alegou que estava de motorista de aplicativo, porém foi abordado a pé e mostrou muito nervosismo.
Ele foi conduzido até o local do acidente para verificação da testemunha, que o reconheceu de imediato.
O advogado foi algemado no banco traseiro da viatura, pois mostrou nervosismo e por ter fugido antes.
Ele apresentava roupas sujas de terra, fala pastosa, olhos avermelhados e forte odor etílico. O teste do etilômetro resultou em 0,76/mg/l de álcool no sangue.
No local do acidente, os bombeiros fizeram procedimento médico para reanimar a vítima, mas Luciano não resistiu.