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11/10/2020 09:30

MS completa 43 anos com uma das maiores queimadas da história do Pantanal

Força-tarefa com brigadistas tentam extinguir as chamas incansavelmente; senadores de MS querem estatuto do Pantanal

11/10/2020 às 09:30 | Atualizado 09/10/2020 às 11:21 Rayani Santa Cruz
Divulgação Corpo de Bombeiros

Mato Grosso do Sul completa 43 anos de criação do estado em 11 de outubro, e o maior bioma do estado sofre com as queimadas e milhares de focos de incêndio. 

O enfrentamento, as queimadas e a preservação futura do patrimônio natural é alvo de discussão entre senadores, governo federal e governo estadual. Já que, em 2020, a devastação foi record (3,5 vezes maior que em 2019), segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). 

Na tentativa de solucionar o problema, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) propôs a criação de uma brigada permanente de combate e prevenção aos incêndios florestais no Pantanal, durante visita do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, à Corumbá. A comitiva, acompanhada dos senadores de MS, sobrevoou áreas afetadas pelas chamas. 

“Precisamos estar preparados com uma brigada eficiente e bem treinada, com toda a estrutura dos governos federal e estaduais, para atuar em todo o Pantanal e evitar que os incêndios se propaguem como estamos vendo este ano”, disse o governador. Segundo ele, a brigada deve ter uma estrutura como a Força Nacional, de homens e equipamentos.

Ao mesmo tempo, a senadora Simone Tebet (MDB) propôs, na quarta-feira (7) passada, a inclusão do Pantanal no Conselho Nacional da Amazônia Legal até 2025, período em que há estimativa de fortes estiagens na região. 

Segundo Tebet, a medida visa ampliar e auxiliar as ações de enfrentamento a futuras queimadas no bioma, com mais recursos financeiros e estrutura logística, incluindo todo o aparato de combate a incêndios, como helicópteros, apoio da Força Nacional, Defesa Civil, dentre outros.

“A Amazônia Legal se integra ao bioma Pantanal pelo estado de Mato Grosso. O mundo não vai se indispor em relação a isso. Esses cinco anos protegidos pelo Conselho da Amazônia Legal poderão ser a maior contribuição imediata da Comissão do Pantanal”, disse, ao defender sua sugestão. 

O requerimento com a sugestão de inclusão deve ser enviado ao presidente Jair Bolsonaro até 23 de outubro pela Comissão Temporária Externa do Pantanal. 

Frentes de combate

Para garantir que o fogo não se espalhe ainda mais, o governo do estado instalou sete frentes de trabalho no Pantanal. Com previsão de chuva para 20 de outubro, esse é mais um desafio da força-tarefa. São mais de 400 homens e mulheres, entre militares e civis, sete aeronaves e dezenas de viaturas de médio e grande porte.

Bombeiros de Mato Grosso do Sul, do Paraná e Santa Catarina e brigadistas da Força Nacional, Marinha, Exército, Ibama e ICMbio, além de voluntários de entidades não-governamentais, estão distribuídos em Corumbá (cidade), Serra do Amolar, Fazenda Bodoquena (combate no Parque Estadual do Rio Negro), Estrada-Parque, Porto Esperança e região Nordeste/Leste do Estado, onde ocorrem incêndios em florestas plantadas e parques estaduais do Taquari e Ivinhema).

Todo esse esforço é para preservação do maior patrimônio natural de Mato Grosso do Sul, o que demonstra que mesmo nas dificuldades existe união e força no espírito do sul-mato-grossense.